27 dezembro 2012

gris

nuances no céu
loucuras no ar
apesar, de todos

relances de um véu
pinturas sem vingar
sonhar, com ela

o gris me dá tons reais
caminho só, vento comigo
caminho em pó, pedra e abrigo


avanças sem mel
doçuras, não mais
apesar, dos lírios

retratos do fel
torturas sem comparar
delirar, sem ela



o gris me dá tons reais
caminho só, vento comigo
caminho em pó, pedra e abrigo

o gris me dá sons finais
sozinho só, lento, amigos
caminho em pó, pedra e perigos




26 dezembro 2012

há 1000 tons

(baseada em observação de Hamilton de Holanda, na 11ª edição do Projeto Bandolim Solidário...)

Há tantos tons de mulheres, perdidos por aí
quem dera os achasse
e os guardasse em minha retina

há o tom dessa menina
mas perto não mais está
não vinga mais sua imponência
sua delicada indecência
seu perfume

que o arrume em outra estação

há tantos sons de corações partidos, silenciados dentro em mim
quem dera os restaurasse
e os moldasse como corações perfeitamente solitários
amantes inglórios
namorados otários

há o tom dessa mulher
brincou comigo de mal me quer
e bem a quis!
não xinga nem é meretriz
sua observada ausência
seu costume

que o ajeite em outro coração

21 dezembro 2012

sopro

novo ano já vem, a soprar
a sonhar dentro de nosso planalto
sonha alto, sim
que o novo virá

para nós todos
a qualquer momento
o contentamento surgirá

novo momento se faz, a se formar
a se elaborar dentro de nosso coração
sonha intenção, sim
que o melhor será

para nós todos
a todo instante
o rompante da vida renovada
o passo a passo da estrada
o tudo sobre o nada

prevalecerá

Feliz Natal
e um 2013 de realizações para todos

Luiz Cláudio

18 dezembro 2012

vitórias?

eu levado pelo vento
passo o tempo que for
você não há de vir
eu hei de ficar

no córner, no canto,

entretanto você, e o tempo que for
a esperar
vitórias?

eu levado pelo momento
passo o tempo que for
você não há de rir
eu hei de chorar

sem canto, no pranto,

entretanto você, e o tempo que for
a esperar glórias?

recuperar
revisitar
memórias

rememorar
reestruturar
história
de um só.

16 dezembro 2012

negrafirmação

pela preta
pele preta
explosão

negra sobre os nãos

pula preta
sobre toda essa contradição


pelas pretas
veias negras
afirmação

negra sobre os nãos

pula preta
sobre toda essa contradição

(pela vitória de Ellen)

11 dezembro 2012

pequerrucho

(para Viviane)

o pequenino mal cabe no teu colo, entre tuas mãos boceja
viceja vida melhor do que a que temos levado
ao lado, atrás, sempre atrás de dias que possam melhorar

o pequerrucho pouco se expressa
ora, pra que pressa, se tenho tudo às minhas mãos?
sorri, saltita, esbraveja (um pouco só, nunca em vão....)

celebrando o chegar da renovação
gesto contido, nunca isolado
festa expandida
apresentação de uma nova vida

em tuas, em nossas mãos
situas, em teu coração
materno, eterno.

10 dezembro 2012

verões

verei tantos verões
que passarem por mim

verei muitas versões
visões sem fim

viverei tantos senões
que arrastarem a mim

verei muitas diversões
solidões, e os fins

novos de novo

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serei tantos camões
que navegarem por mim

serei muitas versões
histórias sem começo nem fim

viverei tantos sermões
que arrasarem a mim

serei muitos vilões
multidões, e os fins

ovos do povo



sua natureza

artificial, sua natureza
sorri sem ter vontade
fere com dada maldade
típica de quem não sabe ao certo por quem vive

tendenciosa, quem sabe
agride com velocidade
repele com tal majestade
pois faz parte do teu repertório

meu oratório, não adiantou
provisório, pois outro alguém chegou

saiba irrigar teu deserto.

04 dezembro 2012

onde mais?

o balanço é bem claro
a coragem, pelo gestos mais simples
o costume, com o que há de mais corriqueiro
o medo de errar, medo primeiro

tanto busco, sem rumos
faço mal a quem não quero
e o bem que esmero, náo está sob meu domínio

esse alto domínio
ledo engano

o fracasso é quase um fato
a vertigem, pelo rostos mais serenos
o azedume, com o que há de mais rasteiro
o medo de amar, medo primeiro

tanto busco, sem rumos
faço bem sem critérios, e devo mesmo fazê-lo
e o bem que esmero, náo está lhe causando fascínio

esse alto domínio
ledo engano
esse palco, extermínio
doido sem planos

onde mais?

03 dezembro 2012

zen

tudo bem
tudo bom, indo certo
tudo tom, até que enfim
tudo zen
todo tom de descoberta

flores em mim

mas tua falta, faz falta
tua alta presença, calor do sim
mas tua luz, tua pauta
tua pose intensa, tremor sem fim

do marcos fabrício - recomeço

Não há bandeira
Que tenha sustância
Quando o verde da esperança
Deita raiz em nossos umbigos
É tanta fome de leão
Pra pouca sede de leoa
Ou vice-versa
Conforme manda o figurino

Calar a boca da voz do sonho
Impor a ordem antes dos sentidos
Rumo ao progresso chamado amor
Geram braços cruzados e abraços abatidos
O frio nunca é quente no interior
Mesmo assim
Ainda sim
É possível um recomeço
Não há lei da mordaça
Que cale o canto dos pássaros
Somos aves para além das gaiolas
Andar é sentir o coração da Terra bater
E voar de alegria pela linda sensação
De perceber como a doce rebeldia
Tem jeito para a força da prisão

recomeço

eu sempre sonhei com um recomeço
o fim de novo, em mim, outra vez
eu sempre pensei em teu endereço
sozinho de novo, aqui outra vez

a felicidade lhe bateu, sorriu e lhe aconteceu de novo
será muito mais para mim, será muito mais que um clamor
será muito menos breve que o amor

fico feliz porque foi tão sereno e tão puro
fico feliz porque não há mais escuro

feliz estarei
outra vez

30 novembro 2012

dance e pense

é normalíssimo ocorrer
a probabilidade extrema do não
se transforma em cem sins
em cima de mim, outra vez

gerencio, Senhor, mas não aguento sozinho
são muitos a partir de mim
e não me sinto único que possa suportar tudo isso

do fim ao início
do terremoto ao agito
do silêncio ao grito

eu, que não admito
sou vencido pelo teu artifício

29 novembro 2012

novos ares

novos ares
ventos de primaveras
tentos, esferas
tentativas

novos mares
lentas esperas
assentos, amansadas feras
iniciativas

novos lares
acalantos, heras
movimentos, reconhecimentos de quem erra
assertivas

27 novembro 2012

rejunte

rejunte, eis a solução
besunte, que lá estará então

o não é sim
o silêncio é explosão

eis a solução
rejunte, que lá estarei então

o vão é o fim
a ausência é aparição

20 novembro 2012

torrente

chuva, lava, seca, inunda sem pedir licença
a sentença já está colocada
já é alvorada, de um novo dia

chove lava, seca meu coração
peca, então, por ter pouco tentado
ser tão atentado, e não levado, como deveria

a terceira via - ser ousado
não mais romântico ou revoltado
apenas assentado,seguro e revelado
futuro indeterminado, mas presente demarcado

mesmo que não soubesse
mesmo que não viesse
tentasse, por poucos
vencesse, aos poucos
a sua resistência

amor como torrente
fio cobre incandescente
paixão que incendeia

dez ilusões

Mas acontece que eu não sei viver sem você
Às vezes, me desabafo, me desespero porque 
DESABAFO (Roberto Carlos e Erasmo Carlos)

 
Foram tantas, irmão
que nem conto mais

a casta, a puta, a sonsa demais
muito silêncio e virtude a se desperdiçarem
escorrerem por entre minhas mãos

a ilusão de ser único
de ser essencial
de ver lúdico, o dia mau

a ilusão de viver por elas
de ter içado as velas
num banco de areia

de uma bola de meia, fazer diamante
de suspirar romance e não entregar a teia 
que as prendessem a mim
de tentar ser assim, e não assado

de ser admirado, não perseguido
de ser amigo, e não ser amado


15 novembro 2012

destinatária

vai pra você um canto de primavera
eras tenho gerado aqui em meu peito

não tem jeito, de quem não espera
ter a recompensa sincera, do que não vê

vai pra você um lamento de verão
o senão que não se previu
o horizonte que ninguém assistiu pousar sobre o horizonte

não tem nexo, de quem ainda erra, errante
ter a resistência que se desterra, do que não crê

vai pra você uma carta que ninguém mais escreve
que o jugo seja leve, e o fardo suportável

do amor que cria ser inquebrantável
seja porcelana do querer

o fim das coisas, como as conheço

nunca começaram, pra dizer a verdade
foram insinuadas, perpretadas, sorrateiramente

num jogo impaciente, se demonstraram
calaram minhas dores e me elevaram a um ponto até então inatingido

fui ferido pelo amor
e não quero ser curado
dizem que devo desagrados
e não o desejo assim

quero ser apenas como fui criado
educar o futuro que ainda não tenho
gerar o fim que não foi ainda iniciado.

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nunca terminou, pra dizer a verdade
foi orquestrado, insinuante, derradeiro

num jogo inteligente, se cortejaram
sorveram  dores e se animaram a um ponto até então não pretendido

fui atingido pelo teu amor
e quero ser sempre contemplado
dizem que levo teu coração aqui a meu lado
e não o quero de outro jeito, assim

quero ser apenas como fui criado
explicar o futuro que ainda não sei
gerar teu fim que não foi ainda criado.

14 novembro 2012

mitológica

volta a ser platônica
a tônica da vida comum
volto a ser um
o que foi quase três

volta a não ter lógica
a mágica da lida de um
volto, sem nenhum
o que seria quase um par

o bar, seria até meu lar
quisera que fosse lá
cantarolar minhas pequenas dores
minhas gigantes ferrugens
fazer sinais nas nuvens,
para que da tua tribo você retornasse

ou bastasse soltar minhas mãos pelo ar
poetizar suas cores
minha grande amada, agora fada de outro pinóquio
fazer colóquios via internet
ser seu tiete que não lhe enchesse o saco
como se fossem verdadeiras as tramas de novela

nem ela, Deus, nem ela!

E/F (Cheio/Vazio)

estou de saco cheio
de me sentir vazio
de viver sempre por um fio
de não viver

estou aqui no meio,
quando deveria estar à frente
quando deveria ser mais gente
menos arreio

estou apavorado
de ser alijado
e não entender o que deva mudar

se, mesmo, não quero
querendo inovar

estou embasbacado
um ser minimizado
a não entender o que queira ser

se, sempre tanto erro
querendo não incomodar

resort

vamos lá, meu caro...
a mudança que virá
o que acho raro...
pode acontecer ou não
pode suceder ou ser um grande senão

vamos lá, que te puxam, te arrastam
te afastam da convivência!

põe a mão na consciência, belo
o espelho não é elo
não resolve a situação

tira a cabeça do ar e o pé, do chão

vem com ação
e receberás resultado
vem com exclusão
e serás deletado

escolhe, ao menos, então!

13 novembro 2012

arcos

teu sorriso faz arcos, pequenas covas
onde provas tua timidez, tua inocência juvenil

tua disposição faz pontes, grandes horizontes, que estreitam o olhar
onde desaguas tua languidez, tua vivência febril

teu olhar se desvia temporário, é cenário de contemplação

como posso negar-te auxílio, se não consigo lhe dizer não?
como posso propor-te exílio, se já estou em modo admiração?

teu olhar faz linhas, pequenas aderências
onde vives tua sensatez, tua delicadeza de mulher
tua aparição se faz minha, prende, desencaminha ventos, que espreitam teu sondar
onde te entregas à tua aridez, tua descência servil

teu olhar se desvia, breve horário, é cenário de divina ação

como posso negar-te ajudas, se não consigo lhe dizer não?
como posso propor-te que te acudas, se já estou em modo redenção?

Ainda não

(para Jaene)

juventude, disposição, vontade de mudar o mundo
servi-lo gentilmente...
tão bom que tenhas

tão bom que venhas
sorridente, sem noção do que a vida seja
para alguns de nós, ao menos pra ti

alegria, descontração, desejo de inovar o que for
reformatá-lo delicadamente
tão certo que possas

tão claro que creias, confiante, sem pressão do que o tempo leve
todos nós daqui pra melhor
ainda não,
não é?

12 novembro 2012

torre

da torre eu vejo vias dos trens
desgovernam meu stress, penso
o silêncio e o que é tenso
o volúvel e o que é denso

nessa vida que insiste em escorrer por minhas mãos

da torre, o vento remexe minhas estruturas
as flácidas e as mais duras
carcomidas pelo dia a dia

a dor e a alegria
a cor e a harmonia
inexistente em tantas paradas

da torre eu sonho com o consolar da musa delirante
reinará em minhas blusas, sinto
o verdadeiro e até onde minto
o incrível e o irrelevante

nessa vida que insiste em não andar pra onde quero

da torre, o tempo sacode meu ser
de forma ácida e da mais pura
empoeiradas dia após dia

a flor e a alergia
a dor e a agonia
eu descrente, com tantas camadas

#1111

cabalística, impenetrável
mística, intocável
como você

como eu e nós
que nunca fomos
que somos, assim, separados


como eu, em nós
os cromossomos isolados,
como não somos nem seremos alinhados
por desejo humano

seja divino engano
seja divina, não é profano pedir
nem pretensão demais

teu coração ao meu lado,
pelo menos
tua indecisão ao lado da minha
caminha
sempre mais

em diálogos astrais
uns dias não, outros mais
mas sempre a fim.

reno v ar

lamparina que não brilha mais
a menina que não mais vê

adrenalina que estacionou em algum outro lugar
renovar é o caminho

eu, que ando sozinho
eu, que ainda amo
alguém

gasolina que não mais incendeia
desatina, como também me entremeia

endorfina que já não corre em nossa veia
renovar, como um velho novo vinho

eu, que ando sem caminhos
eu, que ainda chamo
... ninguém

08 novembro 2012

paga

tudo o que você sempre quis
um cara que fosse tudo, um marra que fosse mundo
que te pague pau

tudo o que você expressou, mas não tinha
um homem que lhe tirasse da linha
um pônei bem educado, quase fosse uma filha
que te paga o tempo que for

tudo o que você delirou, um sonho em realidades
bisonho, mil possibilidades
que te pagam vexames

tudo o que você fracassou, era excesso
outro algum há de pagar o ingresso, que lhe dará o progresso
que te pagará seu fim

05 novembro 2012

gran circus femme

acrobacias não me bastam
não vão sarar meus desejos mais serenos
teus pequenos almejos

estripulias não colam mais
não sustentam meus ramos mais singelos
grandes elos que há
entre eu e ninguém

códigos são a chave
que salvem meus pontos menos iluminados
sonhos médios

publico, em particular
pudico, sem ser retangular
redondo, sem ovalizar
manhas, sem tédios

não me dei contas

cordão rompido
novo sentido
novo viver

o que vou fazer, não sei
o que ainda vem, será

solidão, ruído
velho carcomido
tempo que não passou

o que vou ser, não sei
o que já sou, sobreviverá

apesar

apesar de você
eu sigo na boa correria
na alegria que não me contém

que vem, como a luz do dia
quando você não vem

apesar de você
eu ligo para seus problemas
seus esquemas são passageiros, pode crer

o que tem que se ver
é o que conta aí dentro

-------------------------------------

apesar de você
eu vou no bom sentido
incontido, em tamanha satisfação

que vem, como sim versus não
quando você nada diz

apesar de você
eu sou o mais declarado
o passado, sim, importa

o que tem a ver
é como teu coração solitário se comporta

29 outubro 2012

Dose de Lua

Rua nua me contamina
tua anfetamina

lua, tua me diz
melhor é ser feliz, boa menina

rua, nua me fita
tua lua de chita
é um

balão que levita
ar que se respira, em zoom

Lua dos Amantes
Rua de Mirantes tão incomuns
lua contagiante
flua, refrigerante, alguns

sem tu

sem tu, como indo vou ?
sem tu, aonde findo ?

você, oh my, my you

sem tu, arrivederci
sem tu, aonde deixe
você, eu te I love you

sem tu, vivo pequenino
sem tu, sigo sozinho
me sem you

sem tu, vivo fininho
sem tu, sem teu carinho
oh my, my you

frame

quadro a quadro
dia a dia

dor e alegria, cor e breu
meu
e de ninguém mais

pose sobre pose
close no close

euforia, amor e orgia
flor e fel
pedaço do céu, seu
não mais meu

o sorriso se congelou
acalento, se afastou em definitivo
sigo doce, amargo, doce
trago um ponto que te trouxe,
em mim, vivo
em mim, vivo

omega mem

omegamem tá lá no final do alfabeto
nada mais direto, homem ômega!
macho sensibilizado, em desconstrução

desculpas e excesso
imaturação ingênua
sentem pena, não!
voam sob suas penas

não resiste como fera
reside em quimeras
não insiste como há eras
não habita o sim, e sim o senão
habita o não-esquema de suas mãos

20 outubro 2012

cadim

um cadim
um pouquim só
não basta
não restará pó sobre pedra
no caminho,  no meio de meus caminhos

um, assim
um ali, entre muitos
não cuidará
não haverá jó sobre paciência que reste
pequenino, no meio de meus infinitos sentires

16 outubro 2012

turbocharger

fumaça nos dedos
gatilhos sem medo
transformam em pó o tempo a ser computado
mal ou bem passado, como queiram

trapaça, sem alarde
gentalha sem caráter
transformam um só em algo a ser admirado
bem ou mal idolatrado, como divino fosse

arruaça nas ruas
destacam-me sem dores
reformam meu eu só em algo a ser construído
bem e mal entrelaçados, como delírio solo

ditadura da sensatez

tenho que ser o mais feliz
o invencível
tenho que ser o mais audaz
o inoxidável

o do inviolável amor
o da inesgotável paixão

o rei do sim e do não
o absoluto



tenho que ser o mais feliz
o esgotável
tenho que ser o mais capaz
o reciclável, sempre que preciso

o do inviolável ardor
o da inabalável visão do bem querer

o rei do claro e do pode ser
o resoluto

15 outubro 2012

Via Catedral


o canal é nítido
tão simples, tão límpido
reflete boa intenção

a intenção é transparente
ama o indiferente, acolhe o esquecido
ao que se isola dá ouvido

o canal é pleno
tão lógico, tão emocional
congrega boa solução

a intenção é transcendente
chama reluzente, acalenta o desistente
ao que se imola
refaz, novamente

13 outubro 2012

Google Thanks


obrigado por prestigiar meu website de poesia

gracias por honrar a mi sitio poetico

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Dank für die Ehrung meiner Poesie Website

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私の詩のウェブサイトを称えるためのおかげで

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terima kasih untuk menghormati laman web puisi saya

شكرا لتكريم موقعي الشعر

10 outubro 2012

situando

tô que tô mesmo
em uma relação complicada com o mundo
comigo e com ninguém, ao mesmo tempo

vou que vou, em um reconhecimento próprio
de quem não tempo a perder, com a perda do tempo, por nada demais

em uma relação enrolada com o tudo
comigo e com você, ao mesmo tempo

09 outubro 2012

adesão

como não aderir?
ao formato que tens, ao extrato do sorrir
insensato, outra vez
caricato,
em outros três
bem na cara de vocês

como resistir às tuas brasileirices?
ao contato que distante, manténs
ao gingado, em que lânguida, me tens

fêmea singular
mulher particular
tão única

04 outubro 2012

triagem

boas inspirações me vem
de vez em quando
um conto romântico, canções do Wando
saudade de ninguém

boas vibrações também
de voz ou pranto
um banzo semântico, orações num canto
vontade de alguém

boas direções me tem
de luz ou lucidez
um passo automático, corações erráticos
virtude terá sua vez

rente

alugue-se, amor
numa cidade sem esquinas
venda-se, alma
sem preço que te apague

estenda-se, paixão
numa vontade sem amarras
renda-se, alma
sem posse que a segure

alugue-se, carinho
numa cidade sem sentimentos
arrebenta-te, alma
sem laço que a afague

desentenda-se paixão!
num alarde sem escalas
renda-se, alma
sem ranço que a cure

02 outubro 2012

tolice

tolice a sua de acreditar
que o mesmo ato
dê diferente sinal
que diferentes fatos
resultem num mesmo final
assim, aleatórios

tolice a sua de desafiar
que um mesmo pacto
dê eficiente canal
que diferentes pessoas
reunam-se num mesmo ritual
assim, folclóricas

assim, eufóricas

pelo fim de um começo
pelo que resulte astral
pelo que não insulte
pelo fim do mal

conectar você

as coisas estão linkadas
o passado, não deu certo
a ousadia que declarou amá-la
e as perdas e ganhos de voltar ao começo

ninguém gerencia isso bem
tudo tem seu preço

há que se digerir
refletir
repensar
ainda mais como mulher
amar é de corpo e alma inteiros

as coisas serão consolidadas
o passado, tropeçado
a letargia que proclamou esgotá-lo
e as perdas e ganhos de reescrever sua história

ninguém gerencia isso bem
todo sacrifício gerará sua glória

há que se multiplicar
expandir
repensar
ainda mais como rapaz

de alma e coração inteiros, tudo o que se faz

01 outubro 2012

vocação

vou estender a mão, porque quero
vou reter o não, porque espero
vou rever a ação, porque erro

vou revirar o chão, porque berro
vou lavar a mão, porque a enterro
vou orar, então, porque não me libero

vou sorrir com devoção, porque amo
vou amar, então, porque a chamo
vou viver, e não será em vão, porque clamo, tanto...

o dia de amanhã

vivo o hoje, de olho enviesado
entre o que será, e o que se foi
celebro como fosse vitória
a expectativa de uma hora, breve oração

relevo o ontem, colado na atualidade de meu dia
da letargia à euforia, como fosse mágica
como fosse passe direto pro paraíso existencial

o amanhã, dia que não veio
que virá, o que será?
me digam, me prevejam, me antecipem!!!
e assim, perderei a graça de descobri-lo a sós.

reconhece

reconhece
que não dá pra esquecer
que foi megalômano
tendencioso, no pensar
catástrofe, no agir

reconhece
que não dá pra não ver
que será eterno, mesmo não durando
soturno, ali lhe cutucando, como fosse nada demais
limítrofe, no sentir

reconhece
que não dá pra se deter
que foi ultrajante
delirante, no sonhar
hipótese, no existir

reconhece
que não dá pra reter
que será terno, mesmo tão distante
noturno, ali lhe lembrando, como fosse nada demais
a tese de te ouvir, aqui ao meu lado

no regrets


no bad feelings
only lack of meanings
floating desires

no issues at all
only pack of somethings
boring vampires
against my love

no regrets
only chiclets
to cure the pain

no resets
only excess
to try it, again

26 setembro 2012

de passagem

estou aqui só de passagem
não levarei nada do mundo, além da minh´alma de viagens

de cores e paisagens
tortas e miragens
aortas dilatadas

estou aqui só de passagem
não levarei muito do mundo, além da minha parcial visita

de flores e vertigens
portas abertas e fechadas, sem imagens
comportas estancadas

estou aqui só de passagem
não levarei o mundo, além do meu mundo sem coragem

de dores tão selvagens
loucas e infinitas, infinitas contagens
cotas estouradas

fade away

está tudo bem
tudo que ia
de mal a melhor
está ótimo
agora tudo que de dentro,
se extendia
fora de meus dominios
do condomínio à cama da sala à poltrona de estar

está tudo digitalmente
guardado
tudo que ia
de figura à projeção

está em ótima
resolução
tudo que de um clique,
se extendia
fora de minhas mãos
do teu domínio pelo olhar da vida à vontade de estar, contigo.

24 setembro 2012

continente

não me contive, dia desses
explodia de alegria
a dor que corroía
se fora, afinal
a ausência do mal
mal preenchia,
mas se não havia,
ora, que tal!

não me retive, noite dessas
exultava, Ave Maria..
a flor que então se ia
secara, sem sinal
a convivência final
não se queria,
mas se houvesse
ora, pura finesse...


na sineta da boa esperança
na gaveta da boa lembrança
na sala de estar
na proveta da nova criança
na etiqueta da nova andança
na ala do ficar

na seta do novo caminho
na meta que move moinhos
onde ainda estará


entre nossos achados

estará perdido, pronto a se mirar

entre nossos bocados

estará contido, pronto a se propagar

18 setembro 2012

de Marcos Fabrício - PRESENÇA

PRESENÇA

Por um longo período pensei que marcar presença


Fosse me tornar imortal na vida de alguém


Com muita sede ao pote


Queria me lambuzar de eternidade


Ficar com você o tempo todo


Ao me tornar completamente fruto da sua atenção


Fiquei sem jeito com a minha maneira de inventar interrogações felizes


Transformar você em resposta para tudo


Trouxe uma gula de pontos finais para a minha fome de questões


Existe lacuna na presença


Reticência assimilada ilustra o desejo de me conhecer melhor

 
* Marcos Fabrício

(República do Pensamento)

17 setembro 2012

sins,não?

tardes, ainda que desérticas
cedo vão, mas nunca desertificadas

juntas estão, nos ãos da solidão
e nos ãos da comunhão

rir e juntos nos apoiarmos
não é fácil, mas é gratificante

juntos estaremos, nos ãos da perdição e nos ãos da curtição
juntos estaremos, no ãos da contração e no ãos da diversão

nos sins,
não?

* Luiz Cláudio Pimentel e Marcos Fabrício

gentileza gera

fera sem brabeza
era sem incerteza
gera gentileza

prega com firmeza
fere sem rudeza
gentil gentileza

ferve sem crueza
ergue com firmeza

erra com certeza
é sim, gentileza

fértil delicadeza
sonha com a deusa
leve e tensa
é assim, gentil essa

compasso #36

silêncio, eras
espera, ausência
recomeço assim

reelaboro o começo feliz
que não tenha fim

reinvento o final do "se"
seja o do "sim"

observação, quimeras
vivência que alteras
admiro, assim

reescrevo a palavra de fé
que seja como desejas

reinterpreto o sentido de "não ainda"
seja o do "será muito mais"

16 setembro 2012

novos rabiscos

espero o chuvisco
um tom a mais
seja tênue, seja arisco

observo um ser alado
calor desértico, no cerrado
de uma vida superexposta
e pouco explorada

que nada...

espero o raio revolucionário
com cores demais
sejam róseas, galegas ou morenas

observo uma pessoa amada
olor hermético, atração do amado
de uma vida pouco vivida
e superdecantada

conta zerada....

asséptico

assim estou, num quarto inseguro
bailam pensamentos pelo muro

pêndulos meus sem movimento

acreditar no futuro?
eu desejo, lampejo, me movo
eu juro, almejo...

se realizo? não vejo

como? mudo
Mudo, como?

amor, cremoso amor

de todos os que lhe bronzearam, protegeram,
qual tonalidade foi mais inesquecível?

soap opera universitária

mas, diga...
De todas as marcas de sabâo em pó
que agitaram a tua máquina da vida,
qual delas lhe perfumou mais intensamente?

tim manha

- Equilíbrio?
- Impossível...

Luiz Cláudio, Marcos Fabrício, Tati e Deusina

14 setembro 2012

meu maior inimigo

a calma me irrita
a alma que grita
indefinidamente

EU
meu maior inimigo
EU
que destruí meu abrigo

a ponte me afasta
aonde me devasta
silenciosamente

EU
meu maior inimigo
EU
que invadi meu umbigo

me escondi de mim
me sabotei, sem fim

válvula de escape


vai dourar
brilhar até não poder mais
vai iluminar
esquecer de um brilho que não era seu

jamais será igual
porque só brilhou assim uma única vez
duas, não mais que três
por mim ou por vocês

que reluza outra vez

vai vazar
transbordar até não poder mais

vai nos inundar
sufocar melodias que não nos pertenciam

jamais será igual
porque só saltou assim uma única vez
duas, não mais que três
por mim ou por vocês

que impressione outra vez

13 setembro 2012

#partirsolidão

dá vontade de correr
pela vontade de viver o dia mais reluzente
dá vontade de viver
intensamente cada momento

partir a solidão em infinitas partes
por duas partes inteiras
partir a solidão, em nenhum descarte desnecessário

dá vontade de não ser
pela vontade de observar a noite mais silenciosa
dá vontade de pausar calmamente o que me irritou

partir a solidão, o que sou
por duas partes inteiras
partir a solidão em companhia valiosa

11 setembro 2012

voltas

voltas
entortam o meu coração

dúvidas
assombram sem medo
a ilusão de querer você

portas
destrancam a nossa intenção
distância nenhuma

vírgulas
separam sem fim
a posição de querer dizer

o que dizer?
a quem correr?
no mesmo sentido

o que fazer?
a quem, porquê
quando perdido?

Control Quem

control quem estou
alto deletando pensamentos
hesitando movimentos

capaz disso ser inútil

control quem estaria?
andaria espaçando solidão por aí afora
revigorando uma hora que nunca chegou?

capaz disso ser a única razão

dura o céu

a pilha é fraca
os rejeitos, radioativos
a pose é óbvia
os trejeitos, descoordenados

dure o céu que for
dure a dor que não se vai
de algum jeito,
que ainda não sei ao certo

o céu brilhará
no reluzir de minha face
o azul reluzirá
no decidir de meus passos

a atitude é tíbia
os defeitos, participativos
a dose é cavalar
os medos, explicitados

dure o céu que for
dure a dor que não se vai
de algum jeito,
que ainda não sei ao certo

o céu brilhará
no reluzir de minha face
o mundo ao meu redor será
no decidir de nossos passos

06 setembro 2012

curitibanas

um quarto vazio
posso pensar
pó e pesar?
-------------
a vida de Davi
engolia a sua
dádiva divina
---------------
nem precisa contagem
sacanagem é ir de 1000 a zero
teu silêncio, meu berro
---------------------
leminski me salva
whisky ou pele alva
acesos num trinque
---------------------
penso, afinal
o começo do fim
é doença terminal?

se joga!

pro alto, que a vida tá aí
concreta
vê que ela te conserta, poeta

a meta, além muito além
indireta seta, imprecisa esta

ninguém reparará
alguém sobreviverá, incerta rota de ser feliz

movimenta!
interfere!
reinventa, e não estaciona folga

se joga, poeta
se joga!

02 setembro 2012

pet

precisei reciclar amores
reprocessar dores,
inevitáveis que foram

me plastifiquei, sentimentalmente
me abduzi da própria mente
fora de meu eixo

ah, se deixo, deixo
que isso me leve
me tirará do rumo
do caminho
do sumo,
perfeito escuro.


precisei reencontrar amizades
revigorar dias, noites e tardes,
inevitáveis que desbotam

me reeduquei, emocionalmente
me reconduzi paulatinamente
para o meu eixo

ah, se deixo, deixo
que isso me leve
me levará sem rumo
ao caminho do prumo,
perfeito e puro recomeço.

macro ondas

setembro entrou
e me mostrou boas novas
desde já...

imediato, sem perder tempo com meias palavras
silêncios, omissões, ou meias culpas

o horizonte está lá
o mesmo
mas sou diferente, graças ao Pai

ao que se foi, e ao que nunca se vai

o ano segue em curso
e eu feito urso, hibernando em mim

nada saudável
reprovável, até

a fé é o que conduzirá à vitória
a glória do mais simples e modesto
e o resto,

deixe que virá!

30 agosto 2012

colar

tua atitude
meu stress

minha virtude
teu nonsense

tudo
volta
outra vez

tua impaciência
meu desencanto

minha efeverscência
teu encanto

tudo
volta
a enfeitiçar

teu colar
teu olhar
teu ser

teu pulso
a mirar
a impactar
vem ver!

29 agosto 2012

tesouro

onde estará o tesouro
o ouro do tolo, o lúdico besouro
esmagado, inocentemente?

onde estará a relíquia, afinal
o testamento de uma vivência intensa e reluzente
argente sedução?

onde estará?
em outro lugar, qual seja
beleza pura qual veja,
transparecer em teus olhos?

onde estás, sei bem
sejas de onde e de quem sejas
na lembrança, que me vejas
como eu vejo a ti também

no coração, permaneces
lembrada por quem  não tem esquece
não viverei somente por tuas preces
não poderás ser tão única, sempre, meu bem....

valsa

um pra cá,
outra pra lá

a dançar a falta de ritmo da vida
a esquizofrenia do desencontro
o confronto de um com ninguém
um, contudo
outro sem

uma pra cá
outro também

a pensar na possibilidade de remissão
a alquimia da primeira trança
um conto de final a concluir
um, a sair
outra a entrar na dança

22 agosto 2012

braço

o dom de viver
a vida a tecer hora

ora, ora
a vida lá fora
o tempo a torcer fora

fora, fora
a solução do agora
o problema a correr
do seu lado

ora, ora
como ele corre apressado
eu não dou o braço a torcer

batalhar


vou olhar o horizonte
vou me transportar por essa ponte
além de mim

vou mirar o pôr do sol
ver nascê-lo, caracol
colorido

transpassar por essa dor
relevar tudo o que for
perdido

reaver a direção
construir sustentação
lutando


vou olhar o infinito
vou me transportar por esse rito
além de nós

vou voar imaginando
ver nascer o sim depois do quando
renovado

transpassar por essa dor
relevar tudo o que for
perdido

reaver a direção
construir sustentação
sorrindo....

fator/motor

dê chance ao sorriso
impreciso dom de alguém de lá
bem longe

dê chance a uma nova chance
de se cuidar com afeto
de aceitar seu defeito

dê chance ao abraço
indefinido tom de algum que aqui está
bem perto

dê chance a uma nova perspectiva
de se ver viva, inflando o peito
de se ver ativa, que a vida tem jeito

21 agosto 2012

a esperar

Todo dia, toda hora, em qualquer lugar
Eu estou a lhe esperar
Todo dia, toda hora, em qualquer lugar
Eu estou a lhe esperar
Quando é que você vai chegar?


A LHE ESPERAR, Herbert Vianna

chega uma hora que não dá
o momento deve ser já

administro, tento
aqui e acolá
a esperar

chega um dia que não posso mais
o descontentamento a imperar

me revisto, me atento
por ti, quem sejas
a esperar por nós



registro

no século atual nasceram grandes paixões
moveram uma única pessoa, nas direções geográficas,
catastróficas, melodramáticas... das mais variadas

subiram escadas, vararam estradas,
sorveram morenas e mulheres mal amadas
cercaram-se de fadas, buscas, camadas
de amor ou de paixão, remisturadas

no século passado congelaram-se as convicções
mutaram uma mesma pessoa, nas colisões psicológicas,
somáticas, estapafúrdias, das mais abusadas

correram jornadas, choraram pelas não-apaixonadas,
perderam mulheres desgovernadas
cercaram-se de marras, guitarras, idolatradas
de dor ou de solidão, regurgitadas

registro final
pausa na vida, afinal
sem um sentido que a oriente.
registro inicial
seguir em frente, sinal
de um sentido pungente de viver.


fervura

a nata ruim subiu
o melhor está no fundo, profundo de minh´alma

o que me acalma virá
não sei de onde será, mas eu vi fortemente em ti

se não sei cativar ou seduzir
a sinceridade está exposta
se isso remove tua crosta, algum bem tem em si

a capa pesada sumiu
o melhor está no fim do túnel, o túnel de meus sentimentos

o que me dará alento surgirá
não sei quando se mostrará, mas, se Deus quiser, ela comigo estará

se não sei cativar ou seduzir
a verdade está à mostra
mesmo que por vezes me ache um bosta, alguma coisa boa guardarei pra ti

16 agosto 2012

teimosias

teimosias à parte, sou eu mesmo

querido e zoado
invejado e amado
como ninguém

modesto e estúpido
cupido no púlpito de si mesmo

teimosias por cá
melancolias pra lá
sem porquê, à distância

repeteco por intenso
acenda então um incenso
por minha insignificância.

99 graus de sintonia

à sua revelia
o céu onde não havia
faziam estrepolia
em plena luz do dia

aquilo que queria
revés melancolia
revia o que se via
99º de sintonia

a que lhe conduzia
o amor que existia
geravam energia
como se fosse sol do meio dia

aquilo que emergia
através da parresia
diriam que se atrevia
99º de sintonia

use the force

a força

restaura
impera
declara
supera
para
e repara, se algo se perdeu

inverte
impacta
inventa
providencia, caso seja necessário

um novo glossário
do viver

a gosto de quem

alguém deseja mudar
mas não há como
não há flores, não há pomar

alguém deseja crescer
mas não sabe quando
não há dores, não há pesar

a gosto de quem deseje mudar
se o gosto não há,
por quê?

alguém deseja sonhar
mas não adormece
não há espelhos, não há pulsar

alguém deseja vencer
mas não se posiciona
estaciona e deixa pra Deus querer

a gosto de quem deseje viver
se há um custo alto, é o quê?

15 agosto 2012

Mirada

olhe ao redor...

das que lhe observaram,
quem lhe deu atenção?
quem lhe estendeu a mão?

quem lhe foi compassiva,
quem foi proativa com tua limitação?

quem foi sutil ao proferir "Não é bem assim..."
quem foi a imperfeição delicada,
quem foi a escada de tropeço, para o teu recomeço?

a tua cidade, a verdade exposta
a dor da qual desgostas, mas de que não te esqueces,

alguém como tu...
Não pareces?

Qiss

queria destino, teve conveniência
queria clemência, teve o repentino

queria paciência, teve dissabores
buscava inteligência, encontrou tremores

buscava amizade, nada teve
nada, na verdade...

teve amor entre os dedos
teve dor, como os medos

a paixão, com suas velocidades
a atração e as suas dificuldades

a razão maior de não ser sozinho

13 agosto 2012

nada mais


eu confio no futuro
ele é que me dá bandas
bem ao seu gosto

eu confio no escuro
ele é que me aterroriza
bem sem jeito

trago no peito
a esperança de um fim
do começo restrito

trago respeito
a consideração de alguém
que realmente quis fazer diferente

mas, se não dá, gente..

o que vou fazer?

12 agosto 2012

seu jô

dia do seu jô,
do vovô
do velho companheiro

daquele primeiro que te alertou
ainda que com o olhar
a hora certa de usar inteligência

dia do silva
alegria que aviva
os que aqui ficaram

saudosos a esperá-lo,
e a saudá-lo com o coração

guarda aí nossa esperança
que da andança,
desisto não.

11 agosto 2012

patriota

a lágrima delas me fez lembrar das suas
tuas rotas pela rua madrugada
onde não houvesse quebradas, escolas nuas, barricadas

a luta de cada uma, coletiva
me fez lembrar a sua, entre dentes
a vontade de ser mais gente
quando não a deixavam

de saltar sobre as barreiras
do banco de areia fazer sua base
ainda que a crase fosse aguda, absurda fase

as danças que elas fizeram poderiam ser suas
pela chuva, pelas calçadas a pé
serenatas a fio, até
fossem no Plano, no Rio ou em tua morada

a vitória delas sua será
de onde virá, não sabemos
mas creia, aí onde está
que mais um contigo, sim, torceremos

10 agosto 2012

o tédio


ser bom, que entediante...
tantos se arriscam
e desisto aqui dentro
em instantes

entro e não saio
peço para não correr
caio a fim de não viver de novo

o som, que repetitivo
poucos o entendem, mas eu vivo
e saem fora
para ver novidades vazias

adentro e não caio
na tentação do que é passageiro
vaio a fim de zoar com que me distraio

o tédio toma o meu lugar
remédio que não faz sarar
ninguém

o tédio cobra atenção
me faz tão cheio de ilusão
por ela

09 agosto 2012

olympia

a perseguição contra o tempo começou
o circuito tem seus baixos e altos
recompensas e sobressaltos
possibilidades....

um medley de vários estilos
conversa, discussão, espera e brilho
são misturados

arremesso à frente nessa vida
revezo-me entre a luz e as feridas inevitáveis
variáveis que compõem a lida
diária, sobretudo, transmissora da verdade
do desafio olímpico de se viver na batalha solitária

estaria à altura de tantos voos solo
haveria o colo da amada a me esperar
inda que chegasse arrebentado pelo esforço desprendido
ouviria ela meu alarido, meu chamado?

sete vidas empregaria para superar as barreiras
mil delas talvez, fossem fuleiras
ou descartáveis
mas são guerreiras, inoxidáveis
ainda que pressionadas pelo tempo

virei, sim, à tona
quilômetros que ande sem radares
ou sem lares
serão sempre o espírito maior
a certeza infindável da vitória
a glória do batalhador


08 agosto 2012

saudade do futuro

dinâmica que chega devagar demais
é revés do escuro, saudade do futuro
de alguém que não vem nunca mais

de um zero em todos os placares
de um par de lares
individual, sem sabor

polêmica que se espalha rapidamente
é charada para burro
verdade de um murro doído e direto
de uma história que foi unilateral

de um empate, um resultado mau
de um lar de entraves
lacrimoso, sem tua cor
sem acesso às tuas chaves

acho que....

acho que é melhor remediar,
pois pensar lascera
prostar-se, já era

acho que é prudente silenciar
amar de forma vera
dedicar-se a reconsiderar

acho que é digno esperar,
desvelar, da alma sincera
aplicar-se a ela, fora de meu alcance

quem seja
que me veja
que me diga sem dizer
que me aceite por querer

seja no romance o prazer,
no relance de se ver
seja alegria - sempre ser -
sem economia de dizer

amar é o lance.

07 agosto 2012

una señal de esperanza


me encantan tus sueños
aunque no tengas llegado
puedo lograrlo, puedo pensarlo

que estare a tu lado
como una señal de esperanza
una senãl que cambie todo lo que no se ha podido cambiar hasta ahora

me encanta que aparezcas algunas veces
puedo mirarla lejos
aunque no la tenga cerca a mi

sé que estarás pronto
como una señal de progreso
un punto definitivo en nuestras vidas

sé que estarás lista
como una señal de amor
una rota abundante de un sentir sin fronteras

05 agosto 2012

são

releva-se a ação
não é isso, como não?

revela-se a intenção
o compromisso, a adoção
de uma postura simples

releva-se, então
revelação
o que era omisso, agora não

revela-se a direção
o passo certo, a posição
de uma vida mais feliz

04 agosto 2012

o fim

eu sei o fim
o bem vence
o mocinho conquista a dama
e vivem felizes para sempre...

eu sei, enfim
o mais ou menos convence
o mesquinho despista a fama de mau
e vive gozando com os outros

eu sei o fim
terei confiança
a velha e boa esperança
do que será meu

eu sei, enfim
de lambança em lambança
a telha desaba a confiança
nem sei quem serei eu

03 agosto 2012

na lata

eu quero não acreditar
mas é tão evidente
tão presente esse dia

eu insisto em não saber
mas é tão reluzente
tão imponente essa alegria

que me atenua as crises
que compreende meus deslizes e afobações

que quer tornar apenas um
esses dois corações



eu quero não perceber
mas é tão claro
tão raro hoje em dia

eu insisto em não saber
mas é tão doce
tão serena essa sinfonia

que me atenua as dores
que compreende minhas flores tortas, minhas repetições

que quer tornar apenas um
esses dois corações

02 agosto 2012

carpe noctem

(...)Aproveita a noite, confia o máximo no dia.
Pergunte até saber, conhecer é permitido, o começo, meio e fim que Deus lhe concederá.

(...)
é bom lidar com o que está além do teu caminho
mesmo em nosso silêncio, o tempo nos adverte e persegue.


(...)
Aproveita a noite, confia o máximo no dia!
Podemos sempre ser melhores. Basta pensarmos...

voltar às origens

quando fui tolo, era belo
quando fui novo, era mero engodo

quando desejei teu amor, não o tive e me contive
quando amei a outras, não me quiseste

quando desejaste meu amor, não o dei e fui sincero
quando amei a outras, não me quiseram e me foram pouco

quando fui elo, era doido
quando fui noivo, era mero enredo barato

quando sufocaste o meu canto, foste agressiva
quando antes me cuidaste, não me estragaste

quando atiraste-me ao canto, foste omissa
quando outras me usaram, não me prezaste

31 julho 2012

o que será

virá, o que será
o que mudará meus caminhos
o meu ninho, em teus braços

nossos laços, começo e fim

verão, o que virá
o que moldará teus sonhos
o meu tamanho, exato com o teu

verás, o que miras
o que molhará teu chão árido de amor
o meu sonho, unido com o teu

30 julho 2012

carta de intenção

não há receita, há anseio
há receio, há espreita pelo meio de te fazer feliz
não há momento, há instantes
há rompantes, há intento pelo jeito certo de fazer sorrir

há minha intenção, como a que existe em ti
há minha precaução, como a que em ti eu vi
cartas desejo escrever, mas sobretudo quero poder te ver
curtas desejo filmar de ti, mas, acima de tudo, desejo registrá-la eternamente em meu ser


não há direita, há o caminho do meio
há voleios, há colheita da semente de te fazer mulher
não há estranhamento, há espelhos
há nossos elos, há boa feita para lhe tornar melhor

há minha intenção, como a que existe em ti
há minha precaução, como a que em ti eu vi
cartas desejo entregar, mas sobretudo quero poder ter você
certo de lhe formar, mas, acima de tudo, desejo tê-la eternamente junto a mim

29 julho 2012

Felicidade Pode

Se você quer ser feliz, tente / Felicidade pode ser só ilusão
Mas o coração não mente
Felicidade pode ser qualquer coisa / Uma cachaça, um beijo, um orgasmo 

Um futebol na tarde de domingo / Uma canção de Roberto e Erasmo
felicidade pode ser qualquer coisa - Zeca Baleiro

Se você vai ser feliz, aproveite
Felicidade não repete aparição
Mas, se o coração está em deleite
Felicidade pode ser a melhor coisa
Uma pessoa, um trabalho, a correria
a coisa à toa, um quebra-galho, a poesia

26 julho 2012

estrelas, em boa companhia

velho!
ganhaste uma excelente companhia hoje

subiu outra estrela aos céus!
reluz em intensidade maior que a tua
brilhará pela rua, pela escuridão...

será clarão,
será nova visão da eternidade

pai!
não sabes da boa novidade

ascendeu outra nobre pessoa aos domínios seus
conduz-na com dignidade maior de Deus
ecoará pelo infinito, sem solidão alguma

será pluma
será nova criação para a eternidade.

(Dedicado ao Seu Zezinho e ao Seu Joacyr, nobres botafoguenses e habitantes da eternidade, desde sempre...)

impressa

impressa em meu jeito
meu ver
impressa em meu ser
você, que não está

você, que há
você, por viver

impressa em meu peito
meu querer
impressa, hás de ser
você, que assim virá

você, de lá
você, por acontecer

de escrever

dia de escrever, de viver
de pensar no que virá

no que portar, no que lançar
em que manter o pensamento

dia de escrever sobre o momento
dia de contentamento
ou de reviver, o que não estive atento

dia de delirar, de sonhar
de deixar pra lá o que não aconteceu

no que mirar, pelo que lutar
em que manter o sentimento

dia de escrever sobre acontecimentos
dia do alento
ou de novo viver, o nosso batimento

parceria

parceira
a troca é fundamental
é essencial pro sucesso
pro bem estar

pro trabalho não pesar
não ser um saco de pancadas imoral

parceira
a busca é superior
é alívio para dor
é Natal, diariamente

pro bagulho não pegar
não ser um osso duro de viver

24 julho 2012

ardido

o frio de julho
é ardido
não queima a pele, mas impregna
irradia arrepio

a fome de julho
é doída
não rasga o bucho, mas demarca
impressiona, no vazio

a fase de julho
é marcante (quisera fosse passageira)
não macula o coração, mas permanece
impressa, em minhas veias

puraverdade

se me admiras
ou se não queres

se ainda sinalizas
que eu te espere

assim seja!
a cerveja está a gelar

se me paralisas
ou se, então, me desferes
o mais tímido e penetrante dos olhares

me reveja!
as cerejas estão a borbulhar

a linha reta

eu tropecei em curvaturas, penas
das mulheres e das morenas
gozos e cenas

eu tracei tantos planos
sem cabeça, nem pé
simulei aventuranças
nem sabia com que fé

mas resta esperança
não estar sozinho
com zelo e temperança
hás de cruzar o meu caminho

eu aderi às reentrâncias
luvas, serenas
das mulheres e das morenas
sabores e esquemas

eu tracei tantos planos
nem sabia o que fazer
perto ou à distância
estremecia sem você

mas resta esperança
não estar sozinho
com fé e segurança
hás de cruzar o meu caminho
criança...

sombra

o silêncio da espera
a nova era
o meu instante

sombra pulsante de um momento
a sós

a presença de quem erra
se desespera
é vacilante

sombra restante do momento
em que fomos nós

o significado do blues

os acordes são
pontes,
não cantam
sozinhos

há quem discorde, então
aos montes
que isolam
espinhos

doce e solitário
blues

os acordes são
nuvens,
não voam
sem destino

há quem discorde, então
aos montes
que ecoem
desatino

doce e solitário
blues
sem significado

23 julho 2012

o dia

a hora chegou
o momento iniciou
o dia
apenas começou

alegria está pra ficar

a dor, suportou
o pânico, passou
o dia
ainda não terminou

alegria está pra durar

20 julho 2012

transcender

vai além de nós
extraterreno
paranormal
nos transcende

vai além do caos
interurbano
metafísico
nos rende


segurar na mão tua
é uma experiência do além
saio de mim e sou dois
como um só
sem nó


segurar na rua escura
é confiar no que estou sem
caio em mim, logo depois
como um filó
sem dúvidas



AMIZADES

sacodem, sambam, se mantém
na mesa do bar
vintém por vintém


amizades à vontade
vão e vem


e permanecem


querem bem a quem é amigo bom
amizade: atitude em bom tom

18 julho 2012

live u

basta pouco para aliviar
e mantê-la por perto, apesar do longe que estamos

e vamos, nas rotinas separadas
e diferentes de agora
em diante

o galante é contar pequenos passos
para serem bons, acima de qualquer desejo

e oramos, nas intenções comuns
e desejantes do outrora
distante

17 julho 2012

confiança

o importante é estar bem
para fazer o bem

e quando ele não vem?
mesmo a refletir, a enxergar
se ele se recusar?
se ele se vingar?

o importante é confiar
sem esperar nada

desculpem, o tempo já me falta
vou mostrar minha desimportância
ali,
pra ninguém.

13 julho 2012

pastilha

o meu dia
que não brilha
feito pastilha
decorativa

e a vida
é viva
não absorve o que,
por quem

ouvia
não via
suas dores
de puro inferno

ardia
doía
feito ferrugem
lhe pregava agonia

e agora
embora
se foi, onde não sei

tomara
na hora
que volte, tenha o seu bem

o meu dia
que não vinga
feito pastilha
desprezada

e a vida
conviva
não entender o que,
por quem, quem fez

fervia
queria
seu corpo
flor do céu

ardia
tremia
feito vertigem
lhe gozava alegria

e agora
embora
se foi, onde não sei

tomara
na hora
que volte, tenha o seu bem

teleesporte

viajar pelo tempo
sem começo e sem fim

contemplar tua alma e corpo
só o que te peço
ser só de mim

pensar em te tocar
sem tropeço,
sós, a fins

acordar ao teu lado
o que mais espero
sermos, enfim,
nós

eterna procura

nem holofotes, quem dirá gpesses
nem elefantes, quanto mais patronesses
te localizariam

nem sinais de fumaça, ou cartazes na praça
te aproximariam de mim

sou nada além de mais um, pleno das melhores intenções, bem capaz
sou bem menos dos que pensam ser mais
e lhe subjulgam

nem megafones, quem dirá outdoores
nem tranquilizantes, quanto mais Internet Explorers
te pesquisariam, com precisão

nem sinais de arruaça, ou a febre que não passa
te colocariam ao meu redor

sou nada além de um, mais pleno das melhores intenções, bem capaz
sou mais, bem mais dos que pensam ser mais
e lhe subjulgam

sou nada além de um agora sereno por ter falhado nas ações, muito veloz
sou mais, muito mais dos que lhe desejam mais e lhe amam
sou o dos que inflamam, eternamente, à tua procura

12 julho 2012

soul seu

soul seu
no ritmo que você preferir
no ponto que você quiser
é teu

soul mais
no estilo que convier
na dança que quiser
dançar

soul seu
melhor atestado
carinho aprovado
por quem testou

soul seu
maior aprendiz
sozinho, largado
já não estou

soul seu
no íntimo que você permitir
no ponto que você sugeriu
é teu

soul mais
no vício de lhe querer
na onda que vier
aproximar

anda, anda

o teto não vem
melodia, está sem
a amada, também

anda, anda
a procurar

o resto não tem
letargia, de quem?
a pancada, já vem!

corre, corre
a evitar

o certo está sem
sinfonia, por quem?
a adorada, de quem?

grita, grita
a lhe buscar

busca, busca
sem parar

luta, luta
até cansar

11 julho 2012

extravelho

a primeira prensagem da vida nos dá nobreza
para seguir adiante
para tentar, afinal

se não for, há de ser
"Deus vai à frente"
tantos me dizem

mas, sinceramente eu não sei
sei que sigo
tateando na escuridão
e nos corações de concreto dessa cidade

a segunda, a terceira, nos dão vergonha na cara
pau de sebo nas canelas
para fugir, enfim

se não fugir, há de vir
"O pão que o diabo amassou"
a vida me grita

mas, honestamente eu insisto em ser feliz
sei o que digo
testando a imprecisão
dos corações sem concerto dessa cidade

10 julho 2012

perguntas eternas

poderia criticar o tempo
poderia perdê-lo, se quisesse
ainda se tentasse
ludibriá-lo

que não se sustentassem
perguntas eternas

poderia esculhambar com o resultado
inexiste, nada expressa
ainda se ousasse
surpreendê-lo

o elo foi tecido com zelo
o sentimento com esmero
que não acontecessem
mudanças repentinas

poderia, além disso, sacanear com a ordem das coisas
poderia pervertê-la, se pretendesse

ainda que não aceitasse,
ainda que esperasse
perceber o inevitável.

se fazer, caminhando

levanto e caio
levanto
sem pranto

e saio, a caminhar

com dores nos calcanhares,
rondo lares, rondo rondas

o que sondas, eu também o faço
peito de aço, coração de seda

levanto e saio
pelo canto
a cantar

e saio, a melodiar

com flores no coração
rondo bairros, conto contos

o que sonhas, eu também o faço
mãos de fada, coração de princesa

unilateral

algumas vezes desnecessárias
ineficazes, precárias

tentativas
pensadas, repensadas
talvez precipitadas

sempre direcionadas
no melhor dos sentidos

do sentimento coletivo
de dois

ainda que um lado não se faça presente
ainda que o futuro não se faça existente

unilateral serei
convicto do cativar teu.


05 julho 2012

ode a quem abri meu coração, por inteiro

Saudade!

Que vem e vai, mas não arde

me invade, mas não me arrebenta
se assenta, como tua calma

Sei que tua alma não está tão leve
Mas me leve, um pouco dentro de ti.

Não pesará na tua bagagem.

Verdade!

Que esteve nos olhares
e na dedicação
não vão tarde...

me sacodem, mas não me desconjuntam
se rejuntam, como breve estará teu coração

Sei que tua vida não é minha
Mas me entenda, como algo que naturalmente brotou para teu bem.

Não te fará mal algum recordar o viver.

convicção da mudança

a diferença do ontem e do agora é o imutável
tempo que passe a favor de quem o aprouver

a diferença, agora, em relação a ontem, é a reserva a se adotar
explodi, intenso, me implodi em clamores, chamares, amores, quase amores

a diferença é não poder perceber de perto
tua presença imponente, perfumada e linda

02 julho 2012

sorte absurda

E, de repente, me acontece sorte absurda
do mundo inteiro me esqueço,
consciência surda

Uma inexata previsão
Meu coração em um vulcão
Paciência burra

E, de repente, reconhecem
"Louca Atitude!"
Você inteira se esquiva,
Penitência dura

Uma insensata implosão
De minha plenitude
Você inteira se arquiva
Solidão escura

a travessia

Meu desejo é o de que mais encontros aconteçam

Que os diálogos não pereçam
Que as pessoas não se percam
Que o amor mais verdadeiro se estabeleça
Não haja culpa ou remorso
Não haja soluço ou vingança

A única herança seja o entendimento, imperfeito e autêntico
Que cada rosto se alegre com o que traz na lembrança

A bonança plena de complementos
Bom proveito e bondade cruzem toda a cidade

Rumo dessa travessia




seca segue

dez por cento pra dar liga
um segundo pra briga, de relance

cem por cento envolvidos
mesmo que só um lado diga ter romance

tentativa repetida
de tentar a nova vida
no seu lance
o amor como um colírio, decisão se faz sozinha
condenante

E a seca segue no Planalto Central
Faz mal, amiga...

céu azul ou tenebroso
um pavio nebuloso, traiçoeiro
bote fé ou só descrença
desafia a inteligência, sem rodeio

tentativa mal tentada,
nova vida é negada, 1, 2, 3
o amor como delírio
mais parece um martírio
outra vez

E a seca segue no Planalto Central
Faz mal? Não diga...

refletir, repensar

é inverno lá fora
dá hora de pensar,
de sentir o tempo passar por mim

é inverno no sentir
dá pra refletir, repensar
de sentir o tempo voar sem você comigo.

a vida, imperfeita

ninguém controla todas as variáveis,
o que me lembra décadas passadas,
em que desejava ardentemente 
reter comigo o controle,  de tudo!

mas,
ações caem
tempos fecham
e há outras opções, que não sabemos quais

ninguém deixa de desejar que tudo seja belo,
espelho da referência-perfeição,
na eterna busca de não-sermos

pois,
ações falham
tempos comprometem
e há outras opções, oferecidas antes de você pensar

holy wood

só me prender a esta cruz é o que posso fazer
silenciei, me puni, por fazer o bem a quem precisava
mas talvez eu mais precisasse
Justiça possa prevalecer,
mas o amor deseja me livrar de amar...

01 julho 2012

passional terapia

a convocação é obrigatória a todos de bom ou mau coração
não há razão que resista, ou que persista indiferente

a indecisão é facultativa a todos os lentos e precipitados
teletransportados pelas ondas da sedução

como dizer não?
como reclamar, então?

a redenção é consequencia para os que se acham invulneráveis
não há prisão capaz de suportar o poder da paixão em qualquer um que a queira longe

a transformação é gradativa para os prontos ou distraídos
abduzidos pelo poder da atração

como querer não?
como evitar, então?

30 junho 2012

não me faltará fé
força, talvez

não me cansarei de ir a pé
até tua direção

já me marcaste com teu amor sincero
singela dor que sintetizas entre tuas mãos

os nãos, talvez
a nossa vez, não será em vão

não me faltará perserverança
atitude, talvez

não me desgrudarei desta fé
até tua redenção

já me sinalizaste com tuas palavras de carinho
singela cor que podes florir em pequenas ações

trovões, talvez
de zero a dez, mil possibilidades

29 junho 2012

poema pra ninar

nina, pequena
que a antena de tua vida
anda lotada
abarrotada de perguntas, sem respostas

coisas que te deixam sem palavras
escrava das vontades de outrem

nina, mulher
que a dezena das chances se rareia
anda cheia de não-possibilidades

atitudes que roubam a felicidade
na verdade, nunca deveriam se aproximar do teu ser

eu daqui rezo por ti
desejo tenha a maior felicidade
nunca é avançada a idade
para despertá-la

dorme, meu bem, dorme...

a flor, sem espinho


como te sentirás
ao não me ver
mas me perceber em outras cores?

minhas dores se vão
mas reafirmo, tão dignas
de algo maior
e honestamente teu

homem maior me sinto
e guardarei por tempos infindos
a tua cor de mel

galega,
você é uma porta do céu pra mim...

28 junho 2012

cabeça ombro joelho e corações

sei lá o que me deu
teu coração está na minha cabeça
ou minha cabeça está em tuas mãos?
sei lá o que já se ofereceu
tua cabeça em meu coração
minha fronte em tuas mãos
teu ansiado beijo
sei lá o que ainda não aconteceu
mas o pouco já rendeu, se viveu
intensamente.

sei lá quem sou eu
teu amor subiu por entre meus rins
ou minha imaginação estava a fim de me iludir?
sei lá como estaremos
se o que já vivemos, em outros momentos
foram algos afins
ou amores sem fim, azulejos
realejos, que desejo
serem SIM.

suspiro(s)

eu já tento me acostumar
com o que é impossível de lidar
tua presença incendiável em minh´alma

suspiro
transcendo
flutuo
em tua direção

eu já cedo ao me perceber
com o que é inacreditável de viver
tua presença adorável desde hoje

suspiros
crescendos, maduros
em construção

26 junho 2012

#fato

coisa boa essa, que não pega pelo pescoço
e sim ajeita a gola, com carinho

que não se incomoda em ser tão simples
ainda que de mansinho

#fato
#um a um, muito mais que vários

coisa doida essa, que não parece surpreender
e sim afeta a vida, com precisão

que não se destrói por coisa pouca
ainda que a incomode

#moça
#pouco a pouco, és muito mais mulher

Xadrez

cada movimento, precisão
excesso ou precipitação, nem pensar...

movimento, lances, momentos,
como combinar?

à torre da Rainha
o Peão se avizinha
a observar...

coração e mente
a trabalhar
ora tão presentes, ora um a se isolar

a torre da Rainha
parecendo se afastar
Peão na rota, o contato há de chegar.

Xeque Vivas.

amigo pulsante

maltrato tanto o teu abrigo
castigo particular, coração

destrato tanto
a perigo de invalidar minha visão

gostar, amar, ou se interessar
não importam
se solitários ou atados,
de quem os queiram ou não

a decisão maior é a que prevalece
o bom pulsar, amigo
ninguém se esquece

eu quero

galega
eu quero te dizer
que eu te quero

tanto
tanto
que nem me aguento

arrebento os sinos
que ressoem
e digam

que entendo tuas dores
que admiro tuas cores
e teu papo

e que mesmo exagerado
nâo desistirei de te fazer feliz
da forma que pudermos

tenha medo,
porque também tenho

somente sorria
quando venho

isso já me faz um pouco mais.

a 4 maos

Ela

que esperanca nutrir?
onde ir, sem suporte
sem norte, sem que possa...

que crianca sou eu?
como reaver o que era nao somente meu
esse corte nao me adoca a vida
esse ponto maior, essa rota dividida

Ele

que criança embalar?
onde segue, sem jeito...
essa que ali está, a bailar?


baila você em meu peito
que a esperança me move de tal forma
tomara transforme os dias teus
tua presença me absorve
tomara humanize esse adulto ateu,

agora que acredito em nós.

emergência

chama a emergência
reativa a consciência, tão deslocada

clama a insurgência
desativa a impaciência, sempre ligada

planta a emergência
quem sabe das suas exigências
cronometradas

chama a florescência
e cativa a paciência: dom delicado

25 junho 2012

diasquenão

temdias

quenãorendem
quenãoentendem o que digo

quenãomeoferecem o abrigo

tão incandescente

temdias que surpreendem
temdias que transcendem
olhardopassado

temdias

quemesuspendem
quemeincrementam

que me fazem ser um cara que tenta entender melhor.

pantera, cor de moça

sutileza é o procedimento mais adequado
incisivo, sem ser urgente
decisivo, sem ser forçado

um caminho passo a passo
que leve eu e você a sermos nós
sem amarras, sem barras
sem pós

delicadeza nos movimentos
abordagem bem cuidada
compõem a espera dos bons ventos
a flâmula que acena para a amada

um instante após o outro
que conduza os dois como fossem um
sem contrários, sem mote nenhum
apenas a cena, assim esperada

23 junho 2012

vida simples

complicar e tão facil
tao condizente com nossos dias

porque ser simples e direto
usar um pouco de afeto
se podemos ser assépticos
nao nos envolvendo?

simplificar é tão custoso
tão contraproducente, tão favorável as nossas armadilhas

porque não ser simples e direto?
ousar ser um pouco menos esperto
já que podemos estar por perto
enfim, nos conhecendo?

vento belo

Mulher melhor,
o que mais tens?

olhar sereno me fita
me suspende pelo ar

passo decidido me agita, delicadamente
me acende, rente ao chão

vento belo a bailar
a ninar meu coração

Unica, imensuravel
que interfere sem que tenha temor algum

faz desse amor que nutro por ti
algo incontrolavel para um

a chama da guerreira
acalenta o meu pulsar
a pose da faceira
exercita o meu olhar

para ti, mulher, para ti.

extrasensorial

bate asas, coração
que não é em vão teu ofício

teu sagaz sacrifício
há de te recompensar

com o início do amar

bate asas, solidão
que não habitarás mais este edifício

teu audaz suplício
há de te sufocar

com o início do teu pesar

bate asas, alazão
que a princesa que buscas não é desperdício

teu capaz, teu artifício
hão de celebrar

com o habitar, com o precipício bem para lá

pousa as asas, ó bela
que a tela que me constróis é táo linda

se não a tenho, ainda
ainda

a percebo refletida em cada estrela, igual a ela

20 junho 2012

descritível

amar é algo descrítivel
afirmo por quê motivos

é pleno de sentido
é feliz ao extremo
é louco varrido
é coisa de Deus, não do demo

é livre da doída dor
é leve sem penúrias
é voo de beija-flor
multicolorido nas alturas

amar é algo, sim, possível
afirmo por que razões

é hoje que se concretiza
é cor que embeleza
é ponte que se solidifica
é bálsamo aos corações
agraciados

é uma coisa tão sublime...



o que transborda

não posso prever o futuro,
sequer ousar ser pretensioso

esperançoso, sempre

abro a porta de meu ser
para que você entre
e dele faça parte

abro meu coração
em 2 metades inteiras
para que você as una junto a mim

assim, o que transborda
trará luz e boas novas
a chegada da tua morada, compartilhada em minha vida.

19 junho 2012

da idade da virtude

da idade da virtude,
ela é
solicitude, bondade
ela tem

imperfeição, falsidade
não vi
mas vá que tenha

que não a detenha
na indecisão

na idade da atitude
ela está
altitude, proatividade
também

maldição, perversidade
nem em mim, nem em ti
melhor que não venham

que não a entretenham
na escuridão

unidos da gentileza

a dama porta a chama
o rei corta o drama
alheio
a dama fita o horizonte
o rei - ao seu lado - busca a ponte,
receio

rainha, onde andavas, que não via
onde suspiravas, que não lia
teus sinais?
vassalo teu, poetizava, na noite fria
escravizava-me a ser tua guia
teu e de ninguém mais.

18 junho 2012

sem fórmula - facebookando


Vivo o mesmo dilema. como muitas pessoas... 


Tente e se arrependa. Espere e não tente.
Tente e se surpreenda. Expulse o que não entende.


Ficar parado não é a melhor solução. 
Cada pessoa é única, cada situação tem sua própria forma. 


O melhor é tentar, e valer a pena!


"Coração é bom que não tenha RESET; isso apagaria as lembranças". 

Somos o que vivemos, e a vida NÃO é perfeita, as pessoas são INSEGURAS,
as respostas não FECHAM;

Somos o que não esperamos, a caminhada não é RETA, as circunstâncias são ENGANADORAS
as ciladas nos CERCAM.

Mas, como é bom tentar
como é bom expulsar amor para que atinja alguém!


boa dança bonança

vou na boa dança
aprendendo a cervejar
pra cativar uma dama criança
do lado de lá

até brincadeiras sugerem
que sejas minha vida a transbordar

quem sabe
quem sabe, poderás?

vou em busca da bonança
aprendendo a desequiilibrar
pra encantar com cirandança
o lado de cá, do teu coração

sapecarei um beijo
de fundão
com técnica aplicada
de aprendiz
do amor
quem sabe
quem sabe, serás?

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