30 novembro 2012

dance e pense

é normalíssimo ocorrer
a probabilidade extrema do não
se transforma em cem sins
em cima de mim, outra vez

gerencio, Senhor, mas não aguento sozinho
são muitos a partir de mim
e não me sinto único que possa suportar tudo isso

do fim ao início
do terremoto ao agito
do silêncio ao grito

eu, que não admito
sou vencido pelo teu artifício

29 novembro 2012

novos ares

novos ares
ventos de primaveras
tentos, esferas
tentativas

novos mares
lentas esperas
assentos, amansadas feras
iniciativas

novos lares
acalantos, heras
movimentos, reconhecimentos de quem erra
assertivas

27 novembro 2012

rejunte

rejunte, eis a solução
besunte, que lá estará então

o não é sim
o silêncio é explosão

eis a solução
rejunte, que lá estarei então

o vão é o fim
a ausência é aparição

20 novembro 2012

torrente

chuva, lava, seca, inunda sem pedir licença
a sentença já está colocada
já é alvorada, de um novo dia

chove lava, seca meu coração
peca, então, por ter pouco tentado
ser tão atentado, e não levado, como deveria

a terceira via - ser ousado
não mais romântico ou revoltado
apenas assentado,seguro e revelado
futuro indeterminado, mas presente demarcado

mesmo que não soubesse
mesmo que não viesse
tentasse, por poucos
vencesse, aos poucos
a sua resistência

amor como torrente
fio cobre incandescente
paixão que incendeia

dez ilusões

Mas acontece que eu não sei viver sem você
Às vezes, me desabafo, me desespero porque 
DESABAFO (Roberto Carlos e Erasmo Carlos)

 
Foram tantas, irmão
que nem conto mais

a casta, a puta, a sonsa demais
muito silêncio e virtude a se desperdiçarem
escorrerem por entre minhas mãos

a ilusão de ser único
de ser essencial
de ver lúdico, o dia mau

a ilusão de viver por elas
de ter içado as velas
num banco de areia

de uma bola de meia, fazer diamante
de suspirar romance e não entregar a teia 
que as prendessem a mim
de tentar ser assim, e não assado

de ser admirado, não perseguido
de ser amigo, e não ser amado


15 novembro 2012

destinatária

vai pra você um canto de primavera
eras tenho gerado aqui em meu peito

não tem jeito, de quem não espera
ter a recompensa sincera, do que não vê

vai pra você um lamento de verão
o senão que não se previu
o horizonte que ninguém assistiu pousar sobre o horizonte

não tem nexo, de quem ainda erra, errante
ter a resistência que se desterra, do que não crê

vai pra você uma carta que ninguém mais escreve
que o jugo seja leve, e o fardo suportável

do amor que cria ser inquebrantável
seja porcelana do querer

o fim das coisas, como as conheço

nunca começaram, pra dizer a verdade
foram insinuadas, perpretadas, sorrateiramente

num jogo impaciente, se demonstraram
calaram minhas dores e me elevaram a um ponto até então inatingido

fui ferido pelo amor
e não quero ser curado
dizem que devo desagrados
e não o desejo assim

quero ser apenas como fui criado
educar o futuro que ainda não tenho
gerar o fim que não foi ainda iniciado.

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nunca terminou, pra dizer a verdade
foi orquestrado, insinuante, derradeiro

num jogo inteligente, se cortejaram
sorveram  dores e se animaram a um ponto até então não pretendido

fui atingido pelo teu amor
e quero ser sempre contemplado
dizem que levo teu coração aqui a meu lado
e não o quero de outro jeito, assim

quero ser apenas como fui criado
explicar o futuro que ainda não sei
gerar teu fim que não foi ainda criado.

14 novembro 2012

mitológica

volta a ser platônica
a tônica da vida comum
volto a ser um
o que foi quase três

volta a não ter lógica
a mágica da lida de um
volto, sem nenhum
o que seria quase um par

o bar, seria até meu lar
quisera que fosse lá
cantarolar minhas pequenas dores
minhas gigantes ferrugens
fazer sinais nas nuvens,
para que da tua tribo você retornasse

ou bastasse soltar minhas mãos pelo ar
poetizar suas cores
minha grande amada, agora fada de outro pinóquio
fazer colóquios via internet
ser seu tiete que não lhe enchesse o saco
como se fossem verdadeiras as tramas de novela

nem ela, Deus, nem ela!

E/F (Cheio/Vazio)

estou de saco cheio
de me sentir vazio
de viver sempre por um fio
de não viver

estou aqui no meio,
quando deveria estar à frente
quando deveria ser mais gente
menos arreio

estou apavorado
de ser alijado
e não entender o que deva mudar

se, mesmo, não quero
querendo inovar

estou embasbacado
um ser minimizado
a não entender o que queira ser

se, sempre tanto erro
querendo não incomodar

resort

vamos lá, meu caro...
a mudança que virá
o que acho raro...
pode acontecer ou não
pode suceder ou ser um grande senão

vamos lá, que te puxam, te arrastam
te afastam da convivência!

põe a mão na consciência, belo
o espelho não é elo
não resolve a situação

tira a cabeça do ar e o pé, do chão

vem com ação
e receberás resultado
vem com exclusão
e serás deletado

escolhe, ao menos, então!

13 novembro 2012

arcos

teu sorriso faz arcos, pequenas covas
onde provas tua timidez, tua inocência juvenil

tua disposição faz pontes, grandes horizontes, que estreitam o olhar
onde desaguas tua languidez, tua vivência febril

teu olhar se desvia temporário, é cenário de contemplação

como posso negar-te auxílio, se não consigo lhe dizer não?
como posso propor-te exílio, se já estou em modo admiração?

teu olhar faz linhas, pequenas aderências
onde vives tua sensatez, tua delicadeza de mulher
tua aparição se faz minha, prende, desencaminha ventos, que espreitam teu sondar
onde te entregas à tua aridez, tua descência servil

teu olhar se desvia, breve horário, é cenário de divina ação

como posso negar-te ajudas, se não consigo lhe dizer não?
como posso propor-te que te acudas, se já estou em modo redenção?

Ainda não

(para Jaene)

juventude, disposição, vontade de mudar o mundo
servi-lo gentilmente...
tão bom que tenhas

tão bom que venhas
sorridente, sem noção do que a vida seja
para alguns de nós, ao menos pra ti

alegria, descontração, desejo de inovar o que for
reformatá-lo delicadamente
tão certo que possas

tão claro que creias, confiante, sem pressão do que o tempo leve
todos nós daqui pra melhor
ainda não,
não é?

12 novembro 2012

torre

da torre eu vejo vias dos trens
desgovernam meu stress, penso
o silêncio e o que é tenso
o volúvel e o que é denso

nessa vida que insiste em escorrer por minhas mãos

da torre, o vento remexe minhas estruturas
as flácidas e as mais duras
carcomidas pelo dia a dia

a dor e a alegria
a cor e a harmonia
inexistente em tantas paradas

da torre eu sonho com o consolar da musa delirante
reinará em minhas blusas, sinto
o verdadeiro e até onde minto
o incrível e o irrelevante

nessa vida que insiste em não andar pra onde quero

da torre, o tempo sacode meu ser
de forma ácida e da mais pura
empoeiradas dia após dia

a flor e a alergia
a dor e a agonia
eu descrente, com tantas camadas

#1111

cabalística, impenetrável
mística, intocável
como você

como eu e nós
que nunca fomos
que somos, assim, separados


como eu, em nós
os cromossomos isolados,
como não somos nem seremos alinhados
por desejo humano

seja divino engano
seja divina, não é profano pedir
nem pretensão demais

teu coração ao meu lado,
pelo menos
tua indecisão ao lado da minha
caminha
sempre mais

em diálogos astrais
uns dias não, outros mais
mas sempre a fim.

reno v ar

lamparina que não brilha mais
a menina que não mais vê

adrenalina que estacionou em algum outro lugar
renovar é o caminho

eu, que ando sozinho
eu, que ainda amo
alguém

gasolina que não mais incendeia
desatina, como também me entremeia

endorfina que já não corre em nossa veia
renovar, como um velho novo vinho

eu, que ando sem caminhos
eu, que ainda chamo
... ninguém

08 novembro 2012

paga

tudo o que você sempre quis
um cara que fosse tudo, um marra que fosse mundo
que te pague pau

tudo o que você expressou, mas não tinha
um homem que lhe tirasse da linha
um pônei bem educado, quase fosse uma filha
que te paga o tempo que for

tudo o que você delirou, um sonho em realidades
bisonho, mil possibilidades
que te pagam vexames

tudo o que você fracassou, era excesso
outro algum há de pagar o ingresso, que lhe dará o progresso
que te pagará seu fim

05 novembro 2012

gran circus femme

acrobacias não me bastam
não vão sarar meus desejos mais serenos
teus pequenos almejos

estripulias não colam mais
não sustentam meus ramos mais singelos
grandes elos que há
entre eu e ninguém

códigos são a chave
que salvem meus pontos menos iluminados
sonhos médios

publico, em particular
pudico, sem ser retangular
redondo, sem ovalizar
manhas, sem tédios

não me dei contas

cordão rompido
novo sentido
novo viver

o que vou fazer, não sei
o que ainda vem, será

solidão, ruído
velho carcomido
tempo que não passou

o que vou ser, não sei
o que já sou, sobreviverá

apesar

apesar de você
eu sigo na boa correria
na alegria que não me contém

que vem, como a luz do dia
quando você não vem

apesar de você
eu ligo para seus problemas
seus esquemas são passageiros, pode crer

o que tem que se ver
é o que conta aí dentro

-------------------------------------

apesar de você
eu vou no bom sentido
incontido, em tamanha satisfação

que vem, como sim versus não
quando você nada diz

apesar de você
eu sou o mais declarado
o passado, sim, importa

o que tem a ver
é como teu coração solitário se comporta

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