29 abril 2010

21 de abriu

Vinte e um deveria,
deveria não

teria que!
ser mais, ser todo,
ser tão!

vinte e um deveria,
deveria sim

digo mais,
deveria acreditar em si
se abrir em mil possibilidades,
em zero atrocidades,
em controlado frenesi
dali e daqui, ajuntados.

Massa massa amansada.

O PONTO

diz aí, como é que conto?
fazer ou não parte do ponto...

viver à parte do sonho,
que se projeta,
que se decreta antevisto
sedutor e sinistro,
ante-meta.

bem necessário,
sine qua non,
bien au contraire
ton sur ton.

o ponto de perdição,
é minha partida, minha devoção.
meu caminho estreito,
minha porta encrencada,
meu duplo pé direito,
minha escada com asas,
meu bourguignon.

o ponto é a pantufa
que estufa meu peito
que infla meu estreito
jeito de não ser,
nada direito.

27 abril 2010

horizonte distante

"A gente quer ver .... Horizonte distante... Aprumar" (Marcelo Camelo - Los Hermanos)


horizonte, parece daqui
tão perto, instante de minhas mãos
integrante de meu chão
sombra de minha sombra
o "senão" de meu "então"...

horizonte, parece daqui
incerto, arfante em minhas unhas
vacilante por padrão
sobra das poucas sobras
o "talvez" de meu "não".

horizonte, leva daqui
o que menos me lembre do teu esquecimento
amplitude louca
estreita sobriedade
a meia-idade do breve momento

horizonte, traze para cá
o que simplesmente escondes entre tuas largas
pontas várias
lontras, párias, contas, árias,
o todo-universo do teu reverso

ah... nem

ah, nem
um harém, pra quê?

interessa!

mas a pressa
ferra a espera
espora o espeto
erra a era
um falso amuleto

mas a vontade
arde galeras
expande boletos
serra veras
um fraco soneto.

a caminho

a caminho da saída
do caminho errado
me vejo, outra vez

a caminho da saída
da ida para o lado

estranho, miro meu olhar
enviesado
viciado em você

estranho, migro meu pensar
encravado
bitolado pra te ter

16 abril 2010

desistência emo-cional (com muito carinho no coração)

a hora de sair fora é essa / ou acreditas que é verídica
a promessa?

o que vês é miragem, porquê não cortas a pressa
de cair nessa?

penteias a fronte / afrontas a moda
e giras a roda no sentido horário conveniente

pleteias a ponte / deglutes a soda
e fazes de tudo montes
para parecer o foda,
reluzente!

desiste enquanto é tempo
desiste logo e te poda
da origem dos gemidinhos
da sina-perfeitinho
da escola que nos incomoda

na escada emo-cional não permaneças
da sandice terminal te esqueças
da repetição extrema
da visão, edema
do bom senso, tropeço
não mais...
é bom o recomeço

desiste por tudo de mais sensato
desiste do contrato
da vertigem dos cabelinhos
da vida-menininho
da escória que nos incomoda

Na escala musical enlouqueças
mas varie o sinal, não mereças!
a escravidão eterna
da audição, problema
do bom senso, tropeço
não mais...
é bom o recomeço.

altos não miam

altos não miam
por telepatia
por autonomia
por teto próprio

altas fobias
por simpatia
por pura cobiça
por auto-estima esgotada

autonomia
por primazia
por tentativas
muitas vezes viradas

alta alergia
por ignorância
por apatia
por irrelevância,
constatada.

13 abril 2010

cansei (versão 1.2)

cansei
de te dar
as respostas

de te dar acertos
de saber os apertos

a qualquer hora
quaisquer momentos
intensos ou não

cansei de explicar
as propostas
de não te dar as costas
apostas ou incensos
de saber os não-sensos
de curar os pretensos
de sarar as crostas.

a qualquer hora
quaisquer momentos
intensos ou não

pílulas

pequenas, mas que dose!
amenas, nem às doze,
nem que as prove...

serenas, mas que troço!
parecem cheias de remorso
nem que as tranque ali!

pílulas póstumas
restos rústicos
danças dali,

pílulas práticas
rosas reumáticas
franças la vie...

12 abril 2010

armações limitadas

desiste, que uma hora dessas já se vai!
limita-te apenas a seguir o protocolo,
o que há desse mundo pra obedecer cegamente,
vagabundo!

insiste, que uma vida dessas já se foi!
lacuna-te apenas por viver em passatempo,
o que há desse mundo pra viver intensamente,
rodamundo!

armações limitadas,
malpassadas, sem êxito,
infelizes, frustradas,
a troco de estrada.

armações limitadas,
malpassadas, sem êxito,
sem gás, sem zelo,
sem quase nada.

dossete

vintee8
dossete
cassete
confeti

alfaces
chiclet
tudosim
trompet

vintee8
dossete
cacette
pankeiq

corslet
reflxxx
undress
gilette

lados

dos cantos ouvem
maus presságios
de todos os lados
lodos

largados, torpores
frascos, amores

dos cantos ousam
meus privilégios
de todos os lados
alérgicos

estragados, sabores
ascos, cantores

de todos os lados
largados, labores
erguidos, ousados
halteres, pintores

de todos os lados
armados, fervores
despidos, eriçados
altares, pistolas,
tremores.

09 abril 2010

elementaridades de minha musa

que seja passageira
estável, não estrangeira
louvável, não rampeira

que cumpra o seu papel
sem alarde, vergonha ou Credicard
que faça o que deve ser feito
de tarde, sem fronha ou modo standard

que seja brasileira, não global
seja mineira, não igual
a tantas, às tontas
que plante as pontas dos pés, nessa estação.

que não passe ligeira
nem tenha tremedeira
nem sequer poeira
do diadia seguido

quem sabe? aventureira
porquê não? costureira...
do maltratado, ali, à beira,
leve coração sentido

que seja brasileira, não global
seja mineira, não igual
a tantas, às tontas
que plante as pontas dos pés, em meu coração.

clepsidra

Relógio de água usado na Antiguidade, que media o tempo pela quantidade de água que se escoava de um vaso (Do gr. klepsñdra, «relógio de água», pelo lat. cleps]dra-, «id.»)
http://www.infopedia.pt/lingua-portuguesa-ao/clepsidra

colapso suicida
tempo escorre perfeito


narcose da ferida
o mais singelo defeito


compasso catártico
tempo sobressai com jeito

glicose, performático,
o mais belo desfeito


correntes passam,
sobrevoam,
inundam o tempo inexistente
desfazem, ressoam
o tempo intermitente


perpasso clepsidra
tempo desliza de peito

narcose da ferida
o mais singelo defeito


compasso catártico
tempo sobressai com jeito


neurose, catedrático,
o mais Nero: perfeito.

fervilhando

estão aí

pulando de alegria
fervilhando sem letargia
alguma

pausa nenhuma
100% água dura

contentamento

estão aí

reluzindo de felicidade
incandescendo a cidade
fria

coisa costuma

1000% é nenhuma
falta de tempo

expect ativas

expect ativas
me fritam a cabeça
me cobiçam à beça
aconteça o que aconteça

expect ativas
são inevitáveis
volúveis, variáveis
seja o que seja

expect ativas
me põem de volta
me colidem rotas
ande onde ande

expect ativas
me alisam a testa
me expandem as frestas
peça por peça
expect ativas
que coisas são estas? relativas.

07 abril 2010

dia punk

porrada
armada na fronte,
na cabeça, horizonte em transe

pancada
dia punk é phoda
é dia do baralho

batalha
estratégia armadilha
veneno ramalho

pelôpurosacrifício
nadameroartifício
melô

dia punk
planta ponte tronco estanque

acabo de saber

verdade!
a mais pura,
acabo de saber

mais dura que a teia das aracnídeas
mais severa que a que incendeia as perfídias
de tua vida
de tua alma, ardida

verdade!
a mais rude,
acabo de saber

mais pura que a poluição de teus neurônios
mais dura que a proibição dos metacarpos centrais distendidos
de tua face
de tua cara de pau, querida.

lírios do asfalto-aço

brotem liras do metálico som
brotem piras do alagadiço paço
soltem lírios do asfalto-aço
soltem notas fora do tom

contem contos do perfomático show
contem caras no mormaço troço
plantem luzes na escuridão-poço
plantem voltas here and now

solucem índias da bardenalha voz
solucionem istmos da banda atroz

batam pombas
brotem palmas
basta, pombas!
birutem-se, pulhas!

Soltem vidros do aéreo-vício
Soltem vícios fora de pistom
Voltem, lírios do asfalto-aço!
Voltem, notas fora do tom!

solidão eletrificada

solidão
eletrificada
desconjurodesconmensurada
oh, não

solidão
reamargurada
paralelaparalelizada
recomeçar, então.

solidão
vento só da madrugada
tento várias não alcanço nada
em vão.

06 abril 2010

questão plurilógica

ilusão eletrificada
o senão,
obra estratificada
tampão

paredão, quantificada,
o arpão,
lombra, retificada,
razão

a lógica, plurificada,
com fins, com mãos.
a questão, revigorada,
pois sins, por nãos.

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