31 maio 2013

Fila

fiel essa fila
esse filar
ataca quem quer

o bem o mal
o salve-se quem puder

não sou, mas estou lá
na espera
de quem erra, eras e eras

não vou, mas terei de ficar
na espera
de quem birra, espirra sem mira

fiel essa fuleiragem
essa imagem
autoprojetada de nada mais a dizer

a porrada moral
o ferre-se, entre dentes

não cria, mas terei de
ficar na escuta
de quem lhe cutuca, sem cerimônia

não esperava, mas terei de agir
se um dia quiser conseguir
andar nesse caminho de vida
dividido com ninguém mais.

24 maio 2013

anônima


anônima
fenômeno causa
atônito, overdose ferormônios

anônima
fenômeno pausa
meteorito, aterrisa pandemônios

me sinto assim
de longe
esponja sentimental
serial lover

me sinto assim
presságio
escudo sentimental
serial poser

23 maio 2013

answering machine


respostas! respostas!
dor nas costas
estresse
intriga em construção

o que não gerencio, me cobram custas
ajusta-se à minha solidão
o que não vivencio, me cobram respostas
como se fossem brotar de meu chão

não, não sei
não, não tenho idéia alguma


dúvidas, dúvidas
dor na alma
avança
pura decepção

o que não vivencio, me exigem cotas
ajusta-se à minha indecisão
o que me silencia, me cobram respostas
como se fossem brotar de meu chão

não, não sei
não, não tenho idéia alguma

ambulante


experiência vale de quê?
diálogo, convivência?

se sempre somos vistos como imaturos
inseguros, inconsistentes

moles enquanto duros
pobres de riqueza vã

inteligência vale de quê?
dívidas, inconsequências?

se sempre somos vistos como juniors
indubitavelmente, geralmente

prefiro ser adolescente
que idiota
prefiro ser insistente
que pura chacota

do que não ser
do que não ser
esse gênero ambulante.

assim


defino amor
cores, suspiros, exageros
algo assim

defino flor
espinhos, espirros, esmeros
algo assim

defina você!
o que sou?

defino-me: nem sei pra onde vou

refino-me, retiro-me aos cantos
encantos, encontros de alguém com ninguém

defino viver
dores, reviros, entreveros
algo normal

defino sonhar
flores, giros sinceros
algo total

defino você: o que mais posso pensar?
decida-se! não sabe o que fazer?

renda-se! refine-se com encantos
encontre-se comigo, encante-se, pelo pouco perigo!

regressão


o sono vem
a cabeça pende, não rende mais....
não acende a vela do cais que por ela espera

não era, o que jamais foi

o que dói é dizer
que não amo o que não vejo
não desejo o que mais desejo

a ilusão vem
o coração curva
não turva mais, tão rubro que estã
não há de bater mais acelerado
mais descompassado, a 2

quimera
o que jamais seria

o que faria, o que faria?
regressão, terapia, infusões?
chá de cadeira?
nova brincadeira a não realizar.

22 maio 2013

364


e bem tentou
não podia segurar tanto sentimento assim
foi maior que ele

e ela quis
demonstrar que era mais que dores
amores que nunca vieram

e eles tentaram
aproximar corações amistosos, ansiosos por alguém
terrores de uma nova estação

e elas vão
permanecer como lembranças apenas, meras lembranças
andanças demais, amores letais

apenas.

06 maio 2013

e-lamento

mas não posso mais dar voltas nesse mundo
não sou Super-Homem, seu nem delas
velas, acenda se quiser
mas estou vivo, a observar teus erros
e tentando aprender com os meus

lamento, mas não posso mais lamentar
não sou Madalena, minha ou dos fariseus que me julgam
entulham seu tempo, perdendo o meu a belprazer
mas estou de olho, a observar minhas lacunas
e tentando detectar as suas

nessas nossas esquinas nuas
o que há já cumpriu sua função
nas tuas pequeninas
o que fazes é mais nada de necessário

sou otário?
não,
talvez resistente.

Conteúdo Literal

conteúdo literal
luta contigo
leve, constrói
completa, lírico

lento e calmo
louco e casto
isolado astro, invisível amigo

leva cadências
inexperiências, ingenuidades
ainda nessa idade, amigo?
taí o perigo de te escapar felicidade

luta, comportado
lidera, cativados
liberta carinhosamente

se tudo é uma questão de mente
verdade seja dita
e que não se repita, ignoradamente.

caça

sucede acontecer
procede
tem razão de ser

complicar o irrisório
dificultar o simplório

sobra do que não se caça
efeitos da cachaça que não se tomou
revirou a cabeça

tem quem queira
quem se esqueça
quem se apavore
quem mais lhe ignore
quem se devore
que implore ou caia em lamentos

que mire o alvo por alguns momentos
que sua vida redecore
que, na dor, não mais se escore
que a atire ao sabor dos ventos....

03 maio 2013

esse que não sou eu


esse que não sou eu, passou há décadas
está ali, mas não, na verdade não
a altura, a compleição
cederam lugar à usura, à competição

as impressões já não são mais as mesmas
talvez a determinação...
quem há de saber
quem há?

esse que não sou eu, estacionou no tempo
está ali, mas não, já passado
a loucura, a insinuação
tomaram lugar da candura, da imaginação

as impressões já não são mais as mesmas
talvez a decepção...
que mais há de viver
que mais?

a vida é

Oração
assimétrica
enviesada
reduzida de significados

Tentação
milimétrica
escarrada
refletida com ambos os lados

Opção
elétrica
esfolada
retorcida de dilemas

represália


vou andar na linha
vem a que era minha
a que amores, não me tinha
a que, de dores, desalinha

todas, em uníssono
me enfrentar, me afrontar

mas não engrenam
só encenam

pura represália

vou pousar na linha
vem a que não era minha
a que cores, se descrevia
a que dores, não mais havia

todas, em coral perverso
detonar meu universo
me perigar

mas não encenam

só desengrenam
pura represália

go, back, go


num flash, vá
suma, esvaneça por entre ares
meios bares
esquinas, que não temos aqui

num flash, há
pluma, perecer por mal navegados mares
vidas inteiras
à beira de um ataque de fervores

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