26 setembro 2012

de passagem

estou aqui só de passagem
não levarei nada do mundo, além da minh´alma de viagens

de cores e paisagens
tortas e miragens
aortas dilatadas

estou aqui só de passagem
não levarei muito do mundo, além da minha parcial visita

de flores e vertigens
portas abertas e fechadas, sem imagens
comportas estancadas

estou aqui só de passagem
não levarei o mundo, além do meu mundo sem coragem

de dores tão selvagens
loucas e infinitas, infinitas contagens
cotas estouradas

fade away

está tudo bem
tudo que ia
de mal a melhor
está ótimo
agora tudo que de dentro,
se extendia
fora de meus dominios
do condomínio à cama da sala à poltrona de estar

está tudo digitalmente
guardado
tudo que ia
de figura à projeção

está em ótima
resolução
tudo que de um clique,
se extendia
fora de minhas mãos
do teu domínio pelo olhar da vida à vontade de estar, contigo.

24 setembro 2012

continente

não me contive, dia desses
explodia de alegria
a dor que corroía
se fora, afinal
a ausência do mal
mal preenchia,
mas se não havia,
ora, que tal!

não me retive, noite dessas
exultava, Ave Maria..
a flor que então se ia
secara, sem sinal
a convivência final
não se queria,
mas se houvesse
ora, pura finesse...


na sineta da boa esperança
na gaveta da boa lembrança
na sala de estar
na proveta da nova criança
na etiqueta da nova andança
na ala do ficar

na seta do novo caminho
na meta que move moinhos
onde ainda estará


entre nossos achados

estará perdido, pronto a se mirar

entre nossos bocados

estará contido, pronto a se propagar

18 setembro 2012

de Marcos Fabrício - PRESENÇA

PRESENÇA

Por um longo período pensei que marcar presença


Fosse me tornar imortal na vida de alguém


Com muita sede ao pote


Queria me lambuzar de eternidade


Ficar com você o tempo todo


Ao me tornar completamente fruto da sua atenção


Fiquei sem jeito com a minha maneira de inventar interrogações felizes


Transformar você em resposta para tudo


Trouxe uma gula de pontos finais para a minha fome de questões


Existe lacuna na presença


Reticência assimilada ilustra o desejo de me conhecer melhor

 
* Marcos Fabrício

(República do Pensamento)

17 setembro 2012

sins,não?

tardes, ainda que desérticas
cedo vão, mas nunca desertificadas

juntas estão, nos ãos da solidão
e nos ãos da comunhão

rir e juntos nos apoiarmos
não é fácil, mas é gratificante

juntos estaremos, nos ãos da perdição e nos ãos da curtição
juntos estaremos, no ãos da contração e no ãos da diversão

nos sins,
não?

* Luiz Cláudio Pimentel e Marcos Fabrício

gentileza gera

fera sem brabeza
era sem incerteza
gera gentileza

prega com firmeza
fere sem rudeza
gentil gentileza

ferve sem crueza
ergue com firmeza

erra com certeza
é sim, gentileza

fértil delicadeza
sonha com a deusa
leve e tensa
é assim, gentil essa

compasso #36

silêncio, eras
espera, ausência
recomeço assim

reelaboro o começo feliz
que não tenha fim

reinvento o final do "se"
seja o do "sim"

observação, quimeras
vivência que alteras
admiro, assim

reescrevo a palavra de fé
que seja como desejas

reinterpreto o sentido de "não ainda"
seja o do "será muito mais"

16 setembro 2012

novos rabiscos

espero o chuvisco
um tom a mais
seja tênue, seja arisco

observo um ser alado
calor desértico, no cerrado
de uma vida superexposta
e pouco explorada

que nada...

espero o raio revolucionário
com cores demais
sejam róseas, galegas ou morenas

observo uma pessoa amada
olor hermético, atração do amado
de uma vida pouco vivida
e superdecantada

conta zerada....

asséptico

assim estou, num quarto inseguro
bailam pensamentos pelo muro

pêndulos meus sem movimento

acreditar no futuro?
eu desejo, lampejo, me movo
eu juro, almejo...

se realizo? não vejo

como? mudo
Mudo, como?

amor, cremoso amor

de todos os que lhe bronzearam, protegeram,
qual tonalidade foi mais inesquecível?

soap opera universitária

mas, diga...
De todas as marcas de sabâo em pó
que agitaram a tua máquina da vida,
qual delas lhe perfumou mais intensamente?

tim manha

- Equilíbrio?
- Impossível...

Luiz Cláudio, Marcos Fabrício, Tati e Deusina

14 setembro 2012

meu maior inimigo

a calma me irrita
a alma que grita
indefinidamente

EU
meu maior inimigo
EU
que destruí meu abrigo

a ponte me afasta
aonde me devasta
silenciosamente

EU
meu maior inimigo
EU
que invadi meu umbigo

me escondi de mim
me sabotei, sem fim

válvula de escape


vai dourar
brilhar até não poder mais
vai iluminar
esquecer de um brilho que não era seu

jamais será igual
porque só brilhou assim uma única vez
duas, não mais que três
por mim ou por vocês

que reluza outra vez

vai vazar
transbordar até não poder mais

vai nos inundar
sufocar melodias que não nos pertenciam

jamais será igual
porque só saltou assim uma única vez
duas, não mais que três
por mim ou por vocês

que impressione outra vez

13 setembro 2012

#partirsolidão

dá vontade de correr
pela vontade de viver o dia mais reluzente
dá vontade de viver
intensamente cada momento

partir a solidão em infinitas partes
por duas partes inteiras
partir a solidão, em nenhum descarte desnecessário

dá vontade de não ser
pela vontade de observar a noite mais silenciosa
dá vontade de pausar calmamente o que me irritou

partir a solidão, o que sou
por duas partes inteiras
partir a solidão em companhia valiosa

11 setembro 2012

voltas

voltas
entortam o meu coração

dúvidas
assombram sem medo
a ilusão de querer você

portas
destrancam a nossa intenção
distância nenhuma

vírgulas
separam sem fim
a posição de querer dizer

o que dizer?
a quem correr?
no mesmo sentido

o que fazer?
a quem, porquê
quando perdido?

Control Quem

control quem estou
alto deletando pensamentos
hesitando movimentos

capaz disso ser inútil

control quem estaria?
andaria espaçando solidão por aí afora
revigorando uma hora que nunca chegou?

capaz disso ser a única razão

dura o céu

a pilha é fraca
os rejeitos, radioativos
a pose é óbvia
os trejeitos, descoordenados

dure o céu que for
dure a dor que não se vai
de algum jeito,
que ainda não sei ao certo

o céu brilhará
no reluzir de minha face
o azul reluzirá
no decidir de meus passos

a atitude é tíbia
os defeitos, participativos
a dose é cavalar
os medos, explicitados

dure o céu que for
dure a dor que não se vai
de algum jeito,
que ainda não sei ao certo

o céu brilhará
no reluzir de minha face
o mundo ao meu redor será
no decidir de nossos passos

06 setembro 2012

curitibanas

um quarto vazio
posso pensar
pó e pesar?
-------------
a vida de Davi
engolia a sua
dádiva divina
---------------
nem precisa contagem
sacanagem é ir de 1000 a zero
teu silêncio, meu berro
---------------------
leminski me salva
whisky ou pele alva
acesos num trinque
---------------------
penso, afinal
o começo do fim
é doença terminal?

se joga!

pro alto, que a vida tá aí
concreta
vê que ela te conserta, poeta

a meta, além muito além
indireta seta, imprecisa esta

ninguém reparará
alguém sobreviverá, incerta rota de ser feliz

movimenta!
interfere!
reinventa, e não estaciona folga

se joga, poeta
se joga!

02 setembro 2012

pet

precisei reciclar amores
reprocessar dores,
inevitáveis que foram

me plastifiquei, sentimentalmente
me abduzi da própria mente
fora de meu eixo

ah, se deixo, deixo
que isso me leve
me tirará do rumo
do caminho
do sumo,
perfeito escuro.


precisei reencontrar amizades
revigorar dias, noites e tardes,
inevitáveis que desbotam

me reeduquei, emocionalmente
me reconduzi paulatinamente
para o meu eixo

ah, se deixo, deixo
que isso me leve
me levará sem rumo
ao caminho do prumo,
perfeito e puro recomeço.

macro ondas

setembro entrou
e me mostrou boas novas
desde já...

imediato, sem perder tempo com meias palavras
silêncios, omissões, ou meias culpas

o horizonte está lá
o mesmo
mas sou diferente, graças ao Pai

ao que se foi, e ao que nunca se vai

o ano segue em curso
e eu feito urso, hibernando em mim

nada saudável
reprovável, até

a fé é o que conduzirá à vitória
a glória do mais simples e modesto
e o resto,

deixe que virá!

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