29 março 2012

para os dias tensos

adia o compromisso dispensável
esquece da correria constante
inventa nova forma de sorrir
ouve mais que fala aos outros, por um instante
única forma de se entender, sozinho

aguenta firme os solavancos
enfrenta sem temor os contratempos
induz que o amor seja dominante
orienta os distraídos, sem trancos
única forma de se realizar algo

28 março 2012

problemas(e reais)

tenho problemas(e reais)
tão verdadeiros quanto uma nota de 3
tão serenos quanto a crise de todos vocês

tenho problemas(e reais)
os demais parecem não ter, padecem devagar
e vivem a vida com mais
mesmo sendo, ao menos, um pouco irreais

tenho problemas, e não posso assim escondê-los
já que, ao vê-los, tornam-se mudos
agudos, não existem mais.

tenho reais, e não posso retê-los
já que, ao tê-los, tornam-se escorregadios,
bravios, não se contém mais

invariável

sujeito, constatarei
contudo, negarei
fugirei, digo
serei invariável
omisso, indelével

acima de tudo, fingirei
sobretudo, rodearei
evitarei, afirmo
sujeito indestrutível
oculto, indeterminado

24 março 2012

apontar a direção

meia noite,
dia sem meio, que me rouba o pouco tempo disponível
incrível como me perco ainda mais

descontroles milimétricos
são céticos e certeiros

minha noite,
dona sem freio, que me leva toda a atenção disponível
indivisível, como peça inteira de minha vontade de ter

uma pessoa primeira
a rota, mulher.

instantaneum

à procura da solução
da musa, da coisa perfeita
à procura da diversão
que abusa, que pousa e desajeita
meu chão

à procura do negativo de um instante
que pouco a pouco se revela, vacilante
à procura de um aditivo sem contrarregras
que possa ser escola, revigorante.

23 março 2012

sem lágrimas

valeu, de alguma forma
tardou, mais que esperava

sem lágrimas
sem páginas viradas

você estará lá
eu estarei em nenhum lugar

em comum,
as crises
as cáries de amar

em comum,
a solidão
as dores coloridas de tentar se apaixonar.

TOC

toc, TOC
tarde, oco, cru
tosse, osso, céu nu

tanto olho e creio
tanto ouço e custo
receio

tentei, ontem cedo
tentarei, outro cartaz
e serei capaz?

20 março 2012

nessacidade

nessacidade que me afastou de você
por necessidade
por falta de piedade
por quaisquer ausências
por impaciência
marca registrada

nessacidade que me privou de viver
por velozcidades que fossem

por sobra de idade
por quaisquer intransigências
por ineficiência
porta confirmada

19 março 2012

perfil, perfume

eu adoro me prender
às teias mentirosas
suas veias sedutoras

ao seu perfil de ladra
perfume de mulher

necessito me achar
em tuas novas deslumbrações
sua areia movediça

em teu ardil de esquadra
perfil de quem não quer

11 março 2012

sangro

trilha sonora - Cryin
(JOE SATRIANI, The Extremist, 1992)

sangro a vontade de fazer uma pessoa feliz
sangro pelo nariz, o ar pesado que me lançam

sangro a secura d´alma que se irreleva, cambaleante
sangro pela voz, ora imponente, ora insignificante

sangro a decisão de escolher o caminho que acho correto
sangro reto, pelos cruzados recebidos

sangro o marido, ou o namorado, que lhes concedi

mas recupero o ímpeto
o fôlego retomado
o pulsar renovado

pronto para dar a outra face,

que sangre.

inner zen

olhava o céu e admirava a espera
não sei que sei, reconheço que consigo

levava comigo esse sopro de esperança
numa tarde perfeita, por não haver mais que minhas imperfeições

o amigo de apoios
o tema daquela semana - justo ou não
pessoas que comigo conviveram, e que afirmativamente
deram adeus ao meu não.

mundo

destilar palavras que ninguém compreende - "ah, bonitas, mas não entendi" -
são o cúmulo da minha individualidade, uma atrocidade sob meus pontos fracos,
digamos assim

o confessionário virou negócio, mas me retira o ócio das perdas
o mundo sob meu teclar é soberano, ano após ano se afirma

mas me salva de quem?
essa autopreservação é algo tão estranho
sinto-me do tamanho de meus temores

esssa flagelação virtual é na realidade tão intensa
sinto-me ao lado de minhas sobras

09 março 2012

ilusionismo

sensação de perda de algo que não tenho
mas retenho - ainda que por pouco tempo - em mim

piração temporária?
falta de jeito?
não ter feeling?

o que importam, se os trejeitos dela
não me querem?

a quem importam, se os defeitos meus
não te fervem?

adotarei uma cara de pau, por enquanto.

04 março 2012

a melodia da conquista

não quero mais do que teus ombros junto de mim
quero seus sonhos a fim dos meus

não quero mais do que teu colo em minhas mãos
ter os teus pontos somados aos meus


não quero mais do que o erro da exatidão
quero defeitos que eu possa rir

não quero mais do que o lance da explosão
quero o amor que me dê fluir 

músicamísticamoçamulher
mágicamúltipla
meu bem me quer

não quero mais do que tuas dores chegando ao fim
quero suas cores a fim de ser... mais
não quero mais do que teu corpo a reluzir
ter os teus pontos unidos aos meus

não quero mais do que a chance de seduzir
quero sinais que eu possa ver
não quero mais do que o ponto de ebulição
quero o amor que faça vir... eterno

o mundo numa tela

páginas após páginas
estórias brotam
e o mundo numa tela parece perfeição

virão as lágrimas
memórias voltarão
e o mundo numa tela transparecerá ilusão

dígitos sobre dígitos
fotos colorem
o universo em expansão

junto com alguns egos
poucos chamegos, sobras de muitos nãos
e o mundo numa tela ficará sem visão

03 março 2012

a beleza da miragem


a beleza da miragem
me custa o caminho
vale o vinho
ao lado dela

dane-se o calor desses dias
que a beleza que transpiras
é mais bela das paisagens

a beleza da miragem
me deve o brio
acalenta o frio
que sinto me percorrer

exploda-se o fervor de minhas palavras
que a tristeza que destravas
é a mais sincera das melodias

des conforto


des liza
des figura
des denha

doce doçura
em mim, amar, de um jeito tímido

guria!
vai causar isso lá comigo

garota!
vem sondar esse novo perigo

gentileza!
vem confortar esse desconexo amigo

01 março 2012

o silêncio de outro

guarda em teu coração
um nobre tesouro
reluz mais que ouro
mais valioso que a imensidão do teu olhar

não sufoques a libélula que insiste em decantar teu horizonte
não faças dela fonte do sofrimento de outrora
conta o recolhimento do agora pelos teus temores

amores passam, e marcam eternamente
mente, corpo e coração
os gestos maus também se instalarão por aqui

o silêncio de outro alguém
admira o seu pensar
os teus projetos
as tuas formas
as tuas normas a não cumprir

o silêncio de outro alguém
anestesia o seu pesar
os teus desconcretos
as tuas dobras
as tuas rondas a não sair

oval

esse circuito tem suas sobras
obras vis do destino
mal traçado, mal digerido

bem amado
boa moça
bem amassado

fossa à toa
fosse boa a oportunidade
que, na verdade, nem houve

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