26 julho 2010

27 de julho

27 de julho por acidente
incidentes ocorreram
coisas aconteceram, várias

interferências na História
batalhas inglórias
pancadarias salafrárias

silêncios e risadas
toques tímidos e porradas
distribuídos a torto e a direito

igualdades e diferenças
as verdades e as descrenças
assintomáticas

paridades e excelências
credicards e clemências
automáticas

2 da manhã

o horizonte sofreu poucas modificações
para me mudar é preciso ser estacionário
por um tempo
que por nada, nada mesmo é bom de curtir

se alonga, impositivo

aposto, provocativo
e tenso, muito tenso

cápsulas me aguardam ali
me permitem "fugir" e "voltar" ao mundo criativo
das autovoltas no autódromo experimental de meus hemisférios

o mistério se instaura em uníssono
o que seria tão particularmente frio e conflitivo com minha pessoa?

o reflexo de minha mão no rato?
a minha cara de pato?
o atestado de silêncio e solidão?
o novo contrato?

Não, não,
não era nada que pudesse estar pensando.
just a blank time for a modern living style young black man.

Era mais do que isso,
era a exatidão vacilante
era o sábio errante,
era o passado em conflito
o corpo em agito,
desenfreado.

datas, datas, datas...

a rotina é costumeira
a hiperantecipação de uma formalidade, mera progressão social
versus decadência física

cabe um fuscão aqui dentro de mim
mas não me importa!
Graças a Deus, pra isso tem solução e muita

pra tua desatenção, minha cara
nem que a formiga tussa.

a esquina boêmia

a boemia ali da esquina
segue em seu ritmo
enviesado, porém íntegro

a academia do poeta
não tem sede
somente sede de estragar o conformismo
em desmedir o íntimo

toda hora todo dia
bendita seja a santa boemia
viva todo o momento
toda dia toda hora
bendita santa boemia esteja
presente a contento

dor

sensação esquisita
cíclica
gosta de seus rodeios

mas confesso que "Hei Bobo"
me seria um bom apelido

provação implícita
estúpida
curte um bom devaneio

admito que "Seu Tolo"
me seria um ótimo adesivo.

Pena que o prazo do concurso por ti expirou.

23 julho 2010

MARCOS "PONTES" FABRÍCIO - o astronauta literário

(singela homenagem ao Dezlokado Mor)

as pontes que o cara faz
meu Deus, que úteis

superfaturadas de zelo
inchadas de amor

espelho da alegria em minh´alma

as pontes que o cara traz
meu Deus, que lúdicas

superestimadas de afeto
temperadas com ardor
e a mineirice calma dos montes

a mineirice coisa de lá das pontes.

18 julho 2010

é, fogo

é, fogo
te atearam em qualquer rincão
em qualquer desfiladeiro
penhascos sinuosos, e verdadeiros
gêmeos de vontade

é, logo irás
te assentar ou te ajustar
ao gelo da mediocridade
de uma cidade que insiste em perturbar
a desordem alheia

é fogo,
te alcançaram por entre tuas lâminas
por tuas chamas, calmaria
por tuas criptas, alegorias variadas

é, logo estarás
a te prostrar ou te conformar
com o gole de média idade
de uma idade que insiste em chegar
a passagem alheia
dos anos.

15 julho 2010

no spankings, please

hora da trégua
da folga lavar a égua
da mágoa levar fogo

hora da descontração
da atração contrariar a regra
hora de começar o jogo.

13 julho 2010

vOCÊ

ei,
quer tentar?
não sei

tentar, eu tentei
ganhei,perdi,
amei, chorei
estendi a toalha branca do luto

vOCÊ,
quer amar?
não sei

flertar, eu tentei
gamei, prendi
soltei, clamei
expandi a pomba branca do amor
em diminuto.

Não Ligue

não ligue

resfrie
reserve
preserve
espere
contenha-se

desconecte-se
de vez.

não há assistência técnica do outro lado.
saiba.

esforço

vai adiantar eu não dizer, sugerir, entreter?

vai nada

a piada já é velha
o esforço é pilha de poeira
a zoeira acontece do outro lado

vai adiantar eu me esforçar, interferir, debater?

vai nada

a toada já é desafinada
o impacto é mínimo de punção
a oliveira está unida com outro parreiral

nada mal,
só pra quem perde a noção.

Inspiração

O inspirar transcorre
se move por mim

mas a que custo!
com quanto suor!
com quanta emoção...

Até desejo que se eternize
seja efetivamente sempre
mas a que cascos!
com quanto ardor!
com quanta demolição...

11 julho 2010

o caminho

encontrei verdade na vida
não consegui reter parte
criava minhas próprias mentiras

encontrei vida em inverdades
não permiti contar todas
regava minhas únicas pétalas

o caminho?
quem diria que estava ao lado
estranho no ninho
andava,
andarilho...

07 julho 2010

despertar

falo tanto da melhor idade
sei incerto, que não há tempo que se encaixe
ou ego que se rebaixe
ao meu despertar

imóvel, no meu canto
dou de ombros
me isolo ali, que tem desconto
nada a pagar, nada a temer, nada a encarar

ajo pouco em minha flor dos dias
vou incauto, que não há tampa que se adeque
ou lego que se requebre
ao meu repensar

inútil, em meus cantos
dou "high fives"
me alisto ali, que tem confronto
nada a celebrar, nada a viver, nada a enfrentar.

só a mim.

interesse

o que faz o mundo girar
o que faz o amor se mandar?
o que faz a mulher pirar
o que faz o homem se mortificar?

interesse incessante
invencionice interessante
artifícios

o que faz a face corar
o que faz o ódio se estabelecer?
o que faz a dúvida pairar
o que faz o óleo escorrer?

retrocesso edificante
rebordosa retumbante
estrupício

folhas

é inverno
tão normal que seja...

contemplo folhas num jardim
pena que lá não estejas,
alijada de mim.

o ideal desatino, de um homem menino que vê
vê seu melhor motivo: porquê?
o ideal desatino de um homem menino que crê
vê seu pior momento, folhas livres com o vento: porquê?

é noturno, 
tão óbvio que pareça...

contemplo cores monotemáticas
no fim do jogo, são dramáticas
me dói que lá cresça,
tua presença, em mim.

um destino vivo por viver,
vivo pequenino sem você.




Melhorias

Melhorias a Aplicar:

cabeça para resfriamento
    pulmão em repouso
        sexo sem movimento
alma no calabouço

Abortar Missão: vivo ou morto.

   

bolsa de valor

investe tua energia
dispende, em demasia
garante a tua jornada

aplica-te de forma pia
ajunta-te à sinfonia
dedica-te à tua amada

amada, amada poesia
investimento tão sem dia
sem quaisquer revoadas
sons, sim, do universo
dos tensos aos tão diversos
prazeres da contemplada.

Aplica tua diligência
preserva tua gerência
do querer bem a quem se ama

Triplica a inteligência
viverás tamanha urgência

de amar a quem mereça
de amar, amar sem tamanho.

decisão

Por fim, decidi me abster
decidi não mais ter
decisão

Preferi manter vigília
ser minha mera mobília
de ilusão

Por fim, repelir a alegria
não ter mais estrepolia, receber a pressão
registrar a boemia, minha mera alquimia
geradora da agonia-paixão

Ah, se indecisa ela soubesse,
se altiva, retivesse a mais louca emoção
se precisa, ela viesse 
para o coração, houvesse 
uma chance pouca de ser redenção

Monalisa , em estresse,
ou Medusa de benesses
portadora do meu coração

Ah, se indecisa ela soubesse,
se altiva, retivesse a mais louca emoção
se precisa, ela viesse 
para o coração, houvesse 
uma chance pouca de ser redenção


minha vida então seria, menos prece
viraria 
alegria de quermesse, 
toda pura diversão.

05 julho 2010

hora de ir

já chegou a hora,
não demora!
fora...

o que mais te escora aqui?
não implora
sai!

aqui não há mais flora
juros, mora,
vai!

dívidas morais
amor, não mais.

questão universal

pontual,
insistente,
única questão

Ser ou Não?

finalizando um poema

o fim da poesia
é pura poesia
é magia
que se escorre da alma para os céus

traz entre seus véus
alegria, dor e nostalgia
confusamente combinadas

põe delicadas fragrâncias
expõe as ânsias
propõe máximas sensações
em mínimo tempo

traz contratempos infindos
jaz com passatempos lindos
de um somente

ente do nada,
parente de todos
casa de denodos
asa de derrocada.

admiração ingênua

não me dei conta não...
mantive a postura
a decisão, inconteste
de ser levado
de ser lavado de toda inocência
ainda que restasse ingenuidade, tênue

minha cabeça mina-se constantemente
porque espera que essa admiração
siga adiante
como se o pobre e burro coração o quisesse!

haja justificativas!
haja aspas, entremeios
missivas, raspas, devaneios...

minha admiração por ti permanece,
e o benefício da dúvida não perece,
a quem se entrega minh´alma,
a quem se reverte minha luz
minha calma seduz,
minha raiva contém em suas palmas?

mistundertoddy

o grau de entendimento é mínimo,
diria até, crítico,
nadica de nada, mesmo!

a incompreensão é patente,
diria até, recorrente,
pinica de tudo, coisa!

só resta a nova palavra,
a árvore, a solução
a tez, realização.

sonoralógicartografia
novalinhabússola
chavelenteargila
protoanciãanalogia

moldai meus caminhos,
dai-me instante, atenção

seguralânguidafilosofia
névoalinhaideologia
clavequentecamomila
neonovanalogia

mudai meus caminhos,
dai-me suplicante, direção.

muitas coisas que sinto

o quanto, o quente, o pranto
de quem sente
as muitas coisas que sinto

o transe, o trance, as tranças
de quem entende
das muitas cores que sinto
em mim

a dor, ardente, os cantos
de flores que pinto
em você

a flor, semente, os galhos
de ramos que irrigo
pra te ver, dentro de mim.

e daí?

o consolo reside entre metacarpos e cartilagens
que aos poucos se envelhecem
rapidamente desgastam
se esquecem de pausar o tempo em si

o carinho resulta de acordos preestabelecidos
de soluções mais racionais que emotivas
de riscos mais calculados que espontâneos

a crise instala-se entre delírios e delícias
que aos pálidos se demonstram
rispidamente desgostam
se esquivam de pintar o sete um pouco mais

soma dos quartetos = alquebrada hipertensão...

e daí?

destinatária ausente

já não se falam mais...
cartas, telefonemas, conversas após um recado,
coisas do século XX.

Ainda que inventasse algo novo,
acreditava que sucederia nunca mais,
merecia o castigo por agir colérico, que era, de vez em quando

só não se conformava com "destinatária ausente"...
coisa demente, essa!
quem cala, há de consentir,
baterei, a porta vai abrir,

porquê? céus, porquê?

mais um coração rasgado e posto fora.

04 julho 2010

frases festivas

já se expirou,
venceu teu argumento
desiste,
desiste enquanto há tempo!

frases festivas só atingem tua satisfação
só fazem tua feição
mais alegre

o que em minha vida segue
só é de mim,
somente o fim eu determino
se decido o que salvo e elimino
só, aqui, só.

já se acabou,
gorou teu lamento
insiste,
insiste em outro tento!

frases festivas só colorem tua estação
só sintetizam tua única singela repetição

o que em minha vida, entrego
só faz de mim um, não nego
somente assim eu me animo
se acredito nos meus alvos e amigos
só, aqui, só.

Obrigações? Pra Ninguém!

não me vejo, nem te obrigo
siga seu caminho

não te vejo, nem te ligo
ligue suas partes

que hoje sigo sozinho

não te elejo para a briga
nem que esteja sem

tudo que te digo,
amiga

Não devo obrigações pra ninguém!

Caderno de Notas

Nota, alegórica
aqui.

Ali,
Categórica
Total Hiperbólica
Palavra da Imaginação.

Cota, automática
Ali!


Ali, traumática.
Perfeita, aristocrática,
Medida sem Razão.

alívio

vai ser um alívio
um próprio delírio
contagiante
inebriante
reluzente

vai ser um redemoinho
um auto-descontrole
leviano
insuspeito

soberbo!

Passou...

paisagem

o cerrado é duro, irmão
é protoespinho
é descaminho sol a sol
é lima e pinho ardendo na pele

é o "L" de lacuna
o "P" de perguntas
loucos em parafuso
lodo profuso

o cerrado é puro chão
é práticoferro
é berro após birra
é lama e serra
perigando o coração

é "S" sem saída
um "V" de vendida
sólida visão
sórdida vazão.

emoção

ser emotivo, sem noção
rir dos cravos em seu crivo?
ser um corvo em ação?

ser emotivo, é redenção
flor de rosas muito rasas
fel de crise em progressão

ser criativo, é emoção
cor de mundo sem desmando
céu de amêndoas por visão

ser construtivo, é solução
lar de doses de alegria
bar de dores sem razão.

vuvuzela brasileira - uma aquarela brasileira às avessas (Samba Império Serrano, livre adaptação)

Vejam a armadilha de cenário
Foi um episódio tão primário
Que os artistas, num sonho boçal
Escolheram para este carnaval

E a savana como passarela
Seria tela
do Brasil em som de vuvuzela

Passeando pelas cercanias da defesa
Conheci vastos nortes coreiais
nas costas, de marfins por estar
E a dura política do trombar

Caminhando ainda um pouco mais
Deparei com lerdos portugais
Estava no Além Mar, pura acomodação
De uma toda abstenção

Fiquei tão abismado: que calmaria!
Se alastrou nesse dia
Onde ficou a ginga, samba no pé?
Laranjas fizeram mandinga, vai ver que é

(....)

Brasil, recupera o teu destaque
Na arte, na beleza, arquitetura
Feitiço que assola céus e serras
Aquilo que engrandece toda a Terra

Do Leste, do Norte e dos Oestes
Tudo é belo e tem lindo matiz
na bamba dos sambas e batucadas
Dos malandros e mulatas
De requebros febris

Brasil, traz pros nossos verdes campos
Chapéus e elásticos de colorido sutil
E este lindo céu azul de anil
Emoldure em aquarela o meu Brasil
Não amarele: Brasil!

confiança a longo prazo

confio e espero,
um dia
o amor virá
pra mim

desafio o que mais quero,
"sofia" conjugará,
o amar, enfim

confio e espero.
a lida, um dia
terá um fim

desafio o que tanto quero,
a vida, um dia
sorrirá, sim.

meu chapa

um dia te pego, meu chapa
pregando peça aqui e ali
trocando tapa
com tua consciência

fazendo beiço pra ciência
jogando fora a paciência

próprio de ti

um dia te pego, minha cara
pregando pose ali e aqui
crente de que os hipócritas ao redor
desconhecem teu grande mistério

aéreos, sós,
os culpados, que sois.

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