31 março 2010

Levado a Refletir

dos livros que li, poucos abri,
sentia-os entre meus hemisférios
esquerdos

das poças que vi, muitas senti
tocava-as entre mistérios
retardados

Levado a refletir,
me vi lisonjeado
com os experimentos que adquiri
Levitados.

Levado para dentro de mim,
me vi transfigurado,
com os momentos que revivi
eternizados.

25 março 2010

Personal Poeteiro

a era da revolução nunca se acabou
apenas acabou de ter o seu começo
peça, sem tropeço,
o "personal poeteiro" show

vendo rimas complicadas,
possessivas, embriagadas,
de sobriedade
negocio filmes do insconciente
prego laudas do presente,
com requintes do passado.

a flora da inconformidade nunca se mostrou
nem ao menos se dedicou, a ser inconformada
segue, ali, parada, contemplando poesias existenciais,
odes frias, nada mais, de novidade pré-cambriana,
do começo do fim da semana, aos anos fugazes.

traço rendas intricadas
lascivas, subjulgadas,
de autenticidade
negocio fotos sem mente
tasco odes ao demente,
sempre tão discriminado em mim.

24 março 2010

cara à tapa e falta de coragem

a face desfeita
enorme suspeita: em contrário?
a cara à tapa e falta de coragem
meu ser, estacionário.

a raça que se rejeita
sublime, refeita: pura publicidade
a cara à tapa e falta de coragem
assolam, com velocidade.

o dia inevitável

No dia inevitável
tudo regurgitou-se em meu eixo

Tento racionalizar, sem êxito
caiu por distração ou por medo?
me queixo...

Mal encarou-me no elevador
tédio temor
assédio, o que fosse

do gosto doce
não mais se recorda
deu corda para trás

deixou o rapaz seguir a horda dos "sem mais"
calhordas em alcatraz!

deixou a paz seguir moda em outras esferas astrais
pela borda, já não está mais!

a felicidade

a felicidade me circunda
eu ignoro
me demonstra e aprofunda
eu imploro
pra que vá embora

pra que a vilania tome sua hora
e predomine para sempre
para que ela contemple
o inacabado, o imperfeito
o desafortunado.

a felicidade: que me iluda!
eu desespero
me acalenta, tão sisuda
eu solto berros
de temor
e temo que o amor se instale

pra que a rebeldia tome sua hora
e predomine para sempre
para que ela contemple
o céu estrelado, o amor-perfeito
o apaixonado.

23 março 2010

Inoxidáveis / Enferrujadas

as mesmas coisas que me geraram

não me deixaram na mesma
não me fizeram lesma
não me trucidaram

truculentas
pesadas
virulentas
inoxidáveis

Enferrujadas
violentas
viciadas
lamacentas

me violentaram
me fizeram esmo
me deixaram em mim mesmo

as mesmas trouxas que me sodomizaram

antiga versão original: alternativa

usuário de saudade
promotor de silenciamentos
defensor da felicidade


panfletário de tua maldade
transformador de xingamentos
raptador de desigualdade


do passado não resta nenhum
na fresta, há algum, resquício
perpassado, sem festa, só por um
mero sacrifício.


relicário da beleza
agitador da tristeza
refletor da luminosidade

campanário do sentimento
amplificador de um momento
destruidor de nossa cidade


do passado não resta nenhum
na fresta, há algum, resquício
perpassado, sem festa, só por um
mero sacrifício.

22 março 2010

uma tentativa geral de me entender

Não quis colocar tudo a perder
Não quis flertar com a vida de nenhuma
Não desejei ser "palha de palhaço" ou "aço de pluma",

Acontece que um defeito me persegue
E consegue por vezes se instalar,
Apetece ser insistente,
e começa a me falar:

"uma tentativa, ou quatrocentos e noventa,
porquê não tenta, uma vez mais,
dar ao tapa a face que se arrebenta,
se fingir de bom rapaz?"

"nova assertiva, que se escolhe ou se implanta,
porquê não enfrenta, meu rapaz,
ser garapa da cana que se quebranta,
ser zero ou 100 , tanto faz?"

Talvez fiz mais por errar que por fazer

Não quis implodir com a vida de duas, talvez três
Não me apliquei em ser cara de pau, talvez de aço
Não desejei ser o senhor da vez, espuma de estilhaço.

Acontece que um defeito me persegue
E consegue por vezes se instalar,
Apetece ser insistente,
e começa a me falar:

uma tentativa, ou quatrocentos e noventa,

porquê não tenta, uma vez mais,
dar ao tapa a face que se arrebenta,
se fingir de bom rapaz?"

"nova assertiva, que se escolhe ou se implanta,
porquê não enfrenta, meu rapaz,
ser garapa da cana que se quebranta,
ser zero ou sem, tanto faz?"

Paralelismo Luqueano

Para quem queria reto,
nasci torto,
para os que desejavam campinas,
me fiz horto.

Para quem empurrava cerveja,
refrigerante.
Para os que observavam: veja!
um claudicante!

Para quem teimava dengo,
botei fogo sem intenção,
para os que eram vermelho-lengos,
preto e branco no coração!

para quem lutava por eras,
me fiz gente
para os que cutucavam a fera,
detergente.

para que se apressa o passo,
seu menino,
se não lhe aperta, ou amasso,
pequenino
para que se contam os dias
passageiros,
se não se confrontam os mesmos,
tão ligeiros?

O alongamento impossível

Estique, puxe,
até o limite, luxe,
se é possível.

Aplique, culpe,
até o limiar, estupre,
se é louvável.

Delegue, iluda,
até o desgastar, confunda,
já que é provável.

o alongamento impossível
das horas, mortas
das floras, hordas
do não-incrível.

Replique, Pulse,
até o limite, ouse,
se é vendável.

Atinja, Rompa,
até o limiar, com pompa,
se é desejável.

Renegue, perfure,
até o desgastar, desconjure,
todo o biodegradável.

12 março 2010

então, vou!

a garota de brasília: bota pilha!
a garota de ipanema: sem problema!
a garota de floripa: big tripper!

a garota nordestina: paz na Palestina...
a garota fluminense: paixão so deep intense.
a garota libertina: me desatina...

a garota surfistinha: tira-me da linha
a garota carioca: me iça da toca,
a garota mineira: essa sim, a opção primeira!

09 março 2010

Da sua índole

Gentilezas trocadas com temor
Sutilezas ao afundar o punhal
com terror, em suas lindas costas


Reticências trocadas com torpor
Afagos intensos ao disparar o gatilho
com amor, de principiante

Relevâncias assinaladas com emoção
Trocatapas ao disparar do gongo singelo
como se amor vivesse por 12 rounds
ou fugisse feito camundongo, do seu recanto belo


Da sua índole
Não se esmera
Se erra, finda-lhe a espera
Atingindo-lhe a esfera
Do íntimo novo inimigo seu.


Realezas exaltadas com louvor
como o Senhor da Galiléia
atiradas ao mundo como se fossem
plebeu e plebéia.


Semelhanças ao afinar
o parâmetro de torpor
como dois velhos, bicudos, chatos e mudos,
sem tempo pra vida, pra festa e pro amor


Escravos da dor, e do desatino-afã,
Morreu o menino, persiste a vida vã.


Da sua índole
Não se esmera
Se erra, finda-lhe a espera
Atingindo-lhe a esfera
Do íntimo novo inimigo seu.

Oficialmente, sou

Oficialmente, sou:

Sacríficio
Só desperdício
Sacrilégio
Outro Colégio
Forma de Vida

Alternativo
Insolente
Reincidente
Não-conflitivo

Candente
Pluripendente
Radioativo

Repelente
Mero Acidente
Relativo.

Oficialmente, não o sou.

repouso da calma

repousa, ó calma!
assenta-te, filha
aciona a tua pilha
incendeia minh´alma!

recolhe-te, ó calma!
dispara-te, coração
entra logo em ebulição
sobrevoa o momento!

eleva-te, ó palma
serena-te, calma,
voa logo em direção
ao sublime-mor intento.

ergue-te, ó vívida,
arrasta-te, lívida
escoa logo o coração,
frente ao grão sentimento, de amar.

linha abaixo do equador

o calor sobe às alturas
as esculturas de gelo,
que se desmanchem,
que se espraiem

que se balancem,
vagarosamente.

o rubor toma vulturas
as ferraduras de aço,
que se derretam,
que se explodam,

que se derrubem!
vertiginosamente.

Oh linha abaixo do equador,
sana a dor
some com o  medo
torna azedos os enredos azedos
caramelize os calores coloridos,
as cores açucaradas,
novas fornadas,
de tesão e carinho, concentrados.

A origem das origens

O povo ou a família?
o que saiu pra rua primeiro?
o que correu atrás de razão pra emoção estancada?
o que viveu uma posse estrelada,
uma chuva rósea dos ventos?

O ovo ou a mobília?
o que se destrambelhou por inteiro?
o que morreu atrás de nãos e nãos para o sim sublimado?
o que lerdou uma tosse estancada,
uma pluma ácida dos tempos?

O novo ou os restolhos?
o que se desfocou ante novos olhos?
o que sucumbiu frente ao chão alagado,
o que implodiu uma horde relegada,
uma escuna flácida dos ares?

Não Amado

Namorido
Não Amado
Nauseado
Negativo

Namorada
Mal Malhada
Melindrada
Morgadio

Nasalino Afilado
Misturado Morrinhento
Arredio Atolado
Desperdício Peçonhento.

08 março 2010

Ritmo de Ritmo

agito com letras e sons


tintas e tons


variados


agito com sobras e ippons


pipocas e pithons celebrados.

05 março 2010

juleeanow brauu

juleeanow boeeeiiii
rapaeeeexxxx esperrrrtuuuu
sorrrrrisuuuu aberrrtuuuu

pra q tristeeeezaaawwww


juleeanow boeeeiiii
mulekkkk doiiiduuuuu
meooo brodiii toscuuuu

sensacionauuuuu

juleeanow boeeeiiii
é todu brauu
color final
contentamento
juleeanow brauu
a dar com pau
no estacionamento,
do pensar geral.

perdido em divagações, o poeta cantor da multidão unitária

eu canto, ali num canto
mas ecoa
o que posso fazer?
ressoa pra valer


eu conto, sem nem, desconto
mas caçoam
o que posso fazer?
relembro até esquecer


eu quero, um lindo queixo pra ver
tantos e tantos se foram
como posso reter?
prantos até me refazer


eu corro, num auto-carro
mas engarrafam
dá pra voar, sem morrer?
sonhos até adormecer.

feng shui black and white

o equilíbrio está na fresta
na festa
na aresta
na soma do descolorido

no dolorido problema
na mancha
no sistema
na prancha sistêmica

o equilíbrio está na sesta
na floresta
na frente
do partido
na fossa
do perdido,

no fotomomento.

03 março 2010

carapaça, carapuça


carapaça, carapuça
o que disfarça
o que bagunça


sua forma de ver
ao contrário de ser
alinhada com o ter
nada demais


carrapato, corre e pulsa
entre suas entranhas
estranhas, mas familiares


sertrapaça, semibalbúrdia
meretriz ou menostraça
entre suas artimanhas
tamanhas, tão peculiares

carapaça, carapuça
o que alveja
o que destroça


sua norma de ser
ao contrário de viver
alinhada com o inverter


nada mais a declarar.

02 março 2010

Jogos São Jogos (vinculação necessária?)

vida certinha
sigo na linha do meio
me botam pra escanteio
retorno ao campo de centeio


onde plantas os teus charmes, na área,
desarma minhas tentativas, florácea
complicas minhas teses, farmácia pra isso


vida erradíssima
sigo na linha de fora
me botam no esteio
retorno ao conto da coluna do meio


onde cravas as tuas travas, armorial,
retratas tuas assertivas, perversa
comprimes minha testa, compressas pra isso


O jogo é jogo,
a vida é apostada,
Do Lego ao Logo,
desmistificada.

densidade

ah, o peso das coisas... passará, mas deixará

em minhas mãos o suor desprendido
em minhas costas, o músculo destendido.
A minha alma, sei lá o que merecerá disso.

entressafra

quanto mais se presencia,
mais se vê
quanto mais se espia,
mais se descrê, sozinho.

O ninho, posse antiga,
é nova briga, desalinho.

quanto menos se delicia
menos se revê,
quanto menos se vigia
menos ser, mais menino.

entre safras,
vinhos,
entre sinos,
diásporas.

Já Chega

o fim, começa agora / se expressa a hora derradeira
a ladeira ingressa, e comemora
quanta bobeira exposta / quanto rechaço de poeira

 
o fim, começa, oras!
se arremessa a tora forasteira / a caldeira engessa, noves fora
quantas esteiras depostas / quantos mormaços de bebedeira

já chega, ainda que negue
repetirei em verso que se despregue,
se pulverize, se desintegre
este meio universo.

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